A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e sua Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas realizarão, nos dias 30 de outubro e 13 de novembro, o minicurso “Capacitação de mulheres jornalistas para auto-organização e atuação no movimento sindical”. A iniciativa faz parte do projeto “Preparação dos trabalhadores para os desafios de organização e defesa dos direitos laborais na economia digital”, que tem o apoio da Union to Union.
O objetivo do minicurso é contribuir para a articulação e o potencial organizativo de mulheres jornalistas, com o intuito de fortalecer as lutas contra as desigualdades de gênero e impulsionar a perspectiva de gênero dentro do movimento sindical brasileiro.
O minicurso será gratuito, organizado a partir de conteúdos contextuais, por meio de metodologia expositiva, em ambiente virtual, com duas turmas distintas (nos sábados 30/10 e 13/11), por meio da plataforma Zoom.
Risco duplo
Historicamente as mulheres têm se organizado coletivamente para enfrentar as estruturas sociais que perpetuam o machismo, o patriarcado, o racismo entre outros marcadores que tem oprimido as mulheres. O movimento feminista tem travado lutas históricas pelos direitos das mulheres e avançado em diversos setores, entre eles no movimento sindical.
De acordo com o estudo divulgado pela Relatoria Especial para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em 2018, intitulado “Mulheres jornalistas e liberdade de expressão – Discriminação e violência de gênero contra jornalistas no exercício da profissão”, as mulheres que exercem a profissão enfrentam um “risco duplo”. Mesmo reconhecendo os avanços da representatividade feminina em áreas como a da comunicação, os direitos fundamentais para o exercício da profissão ainda são impactados pelo gênero.
Nesse sentido, a ideia da capacitação que será realizada pela FENAJ é proporcionar um espaço de acolhimento e formação de mulheres jornalistas para incentivar a construção de articulações estaduais, vinculadas aos sindicatos, porém autogestionadas, como comissões, coletivos e grupos.
A formação é direcionada às jornalistas indicadas pelos Sindicatos filiados, com vagas remanescentes ofertadas às mulheres da categoria. Desta forma, as participantes serão multiplicadoras dos conteúdos em em seus estados e municípios.