Jornalista da Tunísia é condenado a prisão por preservar fonte

512

FENAJ soma-se ao Sindicato de Jornalistas da Tunísia na defesa de Khlifa Guesmi e da liberdade de imprensa

Khalifa Guesmi se recusou a revelar sua fonte. Imagem: Facebook

O jornalista Khalifa Guesmi, da Rádio Mosaico FM, da Tunísia, foi condenado a um ano de prisão, nesta terça-feira, 29, com base na Lei Antiterrorismo do país. O Sindicato Nacional de Jornalista, presidido por Mohamed Yassine Jelassi, considerou a condenação como “continuidade da política de criminalização do trabalho jornalístico e violação de leis nacionais e compromissos internacionais”.

Khalifa Guesmi foi condenado pela  Câmara Criminal especializada em casos de combate ao terrorismo do Tribunal de Primeira Instância de Tunis. A condenação em primeira instância ocorreu porque ele se recusou a revelar a identidade de sua fonte, após a publicação de um artigo sobre a prisão de pessoas suspeitas de terrorismo na província de Kairouan.

O Sindicato Nacional dos Jornalistas denunciou, em nota, que, nos últimos meses, vários policiais judiciários espionaram jornalistas após apresentarem denúncias contra eles sob leis repressivas, vistas como um sinal perigoso da tendência à criminalização do trabalho jornalístico. De acordo com a nota, as ações contra jornalistas desmentem as declarações do Presidente da República, que sempre afirma não haver restrições ou julgamentos contra jornalistas.

O Sindicato Nacional dos Jornalistas da Tunísia condenou  o julgamento contra Khalifa Guesmi e o restante dos julgamentos de detenção, em casos de publicação e opinião proferidos pelo judiciário tunisiano, considerando-os um grande revés para o sistema judicial. O Sindicato alerta para o grave desvio no tratamento judicial de casos relacionados à liberdade de imprensa e considera as condenações um atentado à democracia e ao respeito aos direitos humanos e liberdades na Tunísia.

O Sindicato anunciou o lançamento de uma campanha em nível local e internacional sobre o caso de Khalifa Guesmi e o resto dos casos editoriais e de opinião, com o objetivo de defender os jornalistas, em especial as mulheres jornalistas, e proteger a liberdade de imprensa e expressão face à sistemática ataques. A FENAJ soma-se ao Sindicato tunisiano nesta luta.