Policial suspeito de assediar menina de 13 anos agride repórter dentro da delegacia

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Um repórter da Rádio  Itatiaia foi agredido DENTRO de uma delegacia de polícia sem que nenhum dos agentes de segurança pública, civil e militar, que testemunharam o fato, tomassem providências para impedir a violência e garantir o trabalho da imprensa.

Esse é  o retrato da escalada  de violência contra os jornalistas  que têm na impunidade o seu maior  combustível.  O caso ocorreu neste fim de semana, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O repórter foi escalado para apurar  a denúncia de que o policial civil Renan Henrique de Paula, candidato a deputado federal pelo PMN,  tinha sido acusado de importunar sexualmente uma menina de 13 anos.

Durante a apuração, na porta da DELEGACIA, o acusado jogou os equipamentos do jornalista no chão na frente de vários policiais.  Na sequência,  tomou o telefone celular do repórter e se trancou  dentro do banheiro da instituição. O jornalista  foi atrás  do policial na tentativa de reaver seu equipamento, mas acabou levando um soco no estômago, cujas marcas ainda permanecem.

O policial apagou os vídeos que o repórter tinha feito, antes de devolver o equipamento. Em nenhum momento  o agressor foi contido, detido, preso ou autuado em flagrante.

O jornalista não conseguiu nem ao menos registrar queixa contra o policial na própria delegacia e teve que procurar uma base da PM para fazer a ocorrência. Ele também solicitou as imagens da câmara externa da delegacia que mostram o momento em que é  derrubado, mas também não conseguiu acesso às imagens.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais  lamenta mais uma agressão  que, infelizmente,  tem se tornado regra já que não  há  nenhuma ação efetiva por parte do estado para coibir  esse tipo de violência. Nem mesmo dentro de uma delegacia um jornalista está seguro.

O SJPMG exige apuração imediata desse fato e que, não só o agressor, mas também os agentes do estado que assistiram a violência sem agir para impedir, sejam investigados e punidos.

O Sindicato vai pedir ao Ministério Público e à  Ouvidoria de Polícia que acompanhem o caso.

Basta de violência contra jornalistas. Queremos paz e sossego para trabalhar e informar o cidadão.