Mais um vez, na esteira da onda de violência contra jornalistas que assola o país, um repórter da TV Gazeta* foi agredido fisicamente com um capacete por um torcedor do Atlético depois da classificação do Palmeiras na noite de terça-feira (28/09), em Belo Horizonte, e por sorte não se machucou gravemente. A equipe da Globo Minas, que cobria a movimentação do lado de fora do jogo, também foi alvo de ataques e violência.
Torcedores xingaram os jornalistas e tentaram impedir a realização da reportagem tampando a lente da câmera e jogando objetos na direção da equipe. Em ambos os casos, a PM teve que intervir ara garantir o trabalho e a segurança da imprensa.
Dois torcedores acusados da agressão foram detidos pela PM e levados para delegacia para prestar depoimento, sendo liberados em seguida.
Esse fato lamentável se soma aos inúmeros e cotidianos casos de violência contra jornalistas registrados em todo o país. Não há uma semana em que um ou uma jornalista não são vitimas de agressões físicas e verbais, linchamentos virtuais, ameaça de morte e de processos judiciais, discurso de ódio e até mesmo assassinato, colocando o Brasil, cada dia mais, na vergonhosa lista de um dos locais mais violentos para o exercício da profissão de jornalista.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) repudiam mais uma vez essa agressão, lembrando que a violência contra jornalistas é também um atentado à liberdade de expressão e deve ser amplamente combatida por todos os segmentos da sociedade.
É preciso que as autoridades competentes tomem medidas efetivas para investigar e punir os criminosos para que eles não sigam impunes e para que sirva de exemplo para coibir atitudes como essa, infelizmente, cada dia mais comuns na rotina dos trabalhadores da notícia de todo país.
De acordo com Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, elaborado pela FENAJ, em 2020, o número de casos de agressões subiu 105,77% e foi o mais violento, desde o começo da década de 1990, quando a entidade sindical iniciou a série histórica.
“Jornalismo não é crime! É um bem público essencial à democracia”.
(*) o nome dos jornalistas não vai ser divulgado para evitar ataques virtuais