A Diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Estado do Rio de Janeiro (SLPERJ) participa da defesa das mulheres jornalistas, contra o machismo, junto com os demais Sindicatos do país filiados à Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), conclamando as companheiras e os companheiros a aderirem ao ato de protesto convocado para o dia 9 de março, às 17 horas, na Candelária, Centro, Rio de Janeiro, comemorativo do Dia Internacional da Mulher (8 de março).
Recentemente, foi reativada a Comissão de Mulheres da FENAJ, conforme deliberação de Congressos Nacionais da categoria e do Planejamento Estratégico da atual Diretoria, com o objetivo de criar uma rede de discussões sobre gênero e relações de trabalho no mercado de jornalismo; produzir estudos, pesquisas e orientações sobre a abordagem nas coberturas jornalísticas; combater as desigualdades de gênero, raça e etnia; lutar pelo respeito e à valorização das trabalhadoras jornalistas e lutar por um melhor posicionamento da mulher na sociedade.
Segundo dados da pesquisa Perfil do Jornalista Brasileiro, da FENAJ e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as mulheres jornalistas são 64% nas redações, são maioria, mas recebem salários menores que seus colegas e não ascendem aos postos de comando.
De acordo com o documento “Mulheres Jornalistas e Liberdade de Expressão”, da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), lançado em 8 de março de 2019, “as mulheres jornalistas estão duplamente expostas ao risco de sofrerem violências – por exercem a liberdade de expressão e por causa de seu gênero”.
A publicação da CDIH aponta que, além dos riscos de ameaças e violência enfrentados pelos defensores dos direitos humanos e jornalistas na América, as mulheres comunicadoras estão expostas a riscos adicionais, específicos, como nos casos de violência online contra mulheres jornalistas e de violências sofridas por comunicadoras comunitárias e indígenas.
A necessidade de ampliar o debate sobre questões feministas no movimento sindical dos jornalistas vem sendo ressaltada há tempos, visando o combate às desigualdades de gênero, raça e etnia, ao assédio moral e sexual, entre outros tipos de violência que afetam as profissionais. A segunda vice-presidente da FENAJ, Samira de Castro, destaca que a ascensão do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, em 2019, vem afetando diretamente as mulheres jornalistas.
A Comissão de Mulheres da FENAJ, da qual a vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Dulce Tupy, faz parte, tem o papel de denunciar os ataques que as jornalistas vêm sofrendo em todo o País. É o caso da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, agredida pelo próprio presidente da República com falas de conotação sexual, gravadas em vídeos e transmitidos ao vivo, num ato de machismo, misoginia e sexismo, repetido pelo clã Bolsonaro em redes sociais e até na Câmara.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro manifesta repúdio às violências contra as mulheres em todo o País, especialmente as jornalistas, reiterando o nosso compromisso com a luta das mulheres, e convocando todas e todos para participar da manifestação de protesto, dia 9 de março, segunda-feira, às 17 horas, na Candelária, no Centro do Rio.