A Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor), da qual a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) faz parte, foi recebida, nesta quinta-feira (13/03), pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Na reunião, foram discutidos os principais desafios da proteção de jornalistas e comunicadores no Brasil atualmente: o aumento de agressões fisicas, a intensificação do assédio judicial e a hostilidade com teor de gênero e racial, que atinge, principalmente, jornalistas mulheres, LGBTQIA+ e profissionais negros nas redes sociais.
A FENAJ foi representada pelo secretário de Saúde e Segurança, Norian Segatto, que apresentou ao ministro dados e contexto da violência contra a categoria no Brasil. Também participaram Carla Egydia (pela Associação Brasileira de Jornalismo Digital – Ajor), Guilherme Duarte (pela Repórteres Sem Fronteiras – RSF), Letícia Kleim (pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – Abraji) e Angela Rehem (pelo Instituto Palavra Aberta).
O ministro afirmou que há compromisso do governo com o funcionamento do Observatório Nacional da Violência Contra Jornalistas e Comunicadores. A política pública foi criada em janeiro de 2023, após a tentativa de golpe que culminou em violência contra dezenas de jornalistas, mas carece de completa implementação. O secretário nacional de Justiça, Jean Uema, que coordena o Observatório, esteve presente à reunião e anunciou que, em breve, será publicada nova portaria que completa a institucionalização da política.
Em respostas ao quadro geral de violência apresentado pelas organizações, Lewandowski falou sobre a importância de formalizar as denúncias e deu caminhos para as demandas, além do funcionamento do Observatório.
Na ocasião, foi feita a entrega do relatório produzido pela CDJor de monitoramento de ataques a jornalistas durante as eleições municipais do ano passado. O documento compila episódios de ataques dentro e fora das redes e reflete o seu impacto na democracia.