Cobertura jornalística do julgamento de Hildebrando Pascoal é limitada

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Iniciado nesta segunda-feira (21/9), o julgamento do ex-deputado Hildebrando Pascoal, acusado de participação no “crime da motosserra”, tem previsão de encerramento na quinta-feira (24). A cobertura do julgamento no Tribunal do Júri de Rio Branco (AC) pela imprensa, no entanto, vem sofrendo limitações, apesar dos esforços do Sindicato dos Jornalistas do Acre, que tentou superar os entraves colocados pelo juiz Leandro Leri Gross.

O “crime da motosserra” ocorreu em 1996. Antes de ser morto, Agilson Santos Firmino, conhecido como Baiano, teve os braços e as pernas serrados. Ele teria participado do assassinato de Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando e de Sete Bandeira Pascoal.

Sete está preso desde 1999 e foi o primeiro dos irmãos a ser julgado dias atrás. Ele foi condenado, mas sua advogada, Salete Maia, declarou à imprensa que vai pedir ao Judiciário o cumprimento da pena em regime semi-aberto, por ele já ter cumprido mais de um sexto da pena em regime fechado.

Cassado em 1999, o ex-deputado Hildebrando Pascoal também está preso em Rio Branco. Condenado por outros quatro crimes (assassinato, associação ao tráfico, compra de votos e contra o sistema financeiro), ele cumpre penas que somam 59 anos.

Cobertura limitada
Titular da Vara do Tribunal do Júri, o juiz Leandro Leri Gross havia expedido, no dia 19 de agosto, a Portaria 8, restringindo o trabalho da imprensa, impedindo repórteres fotográficos e cinematográficos de captarem imagens do réu e dos jurados no plenário durante o julgamento. O Sindicato dos Jornalistas do Acre recorreu e o Pleno Administrativo do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) derrubou tal medida por 5 votos a 3.

Gross recorreu ao Conselho Nacional de Justiça. No dia 17 de setembro, o conselheiro do CNJ Jefferson Kravchychyn, relator do Pedido de Providências (PP 200910000050360), acolheu parcialmente o pedido. Imagens do julgamento estão sendo captadas pela TV Justiça, que ficou encarregada de repassá-las aos veículos de comunicação interessados. As imagens, no entanto, não podem identificar testemunhas e jurados. Outros profissionais de imprensa acompanham o julgamento fora do plenário.