FENAJ leva propostas das jornalistas à 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres

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Brasília sediará, entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (CNPM), que deve reunir cerca de 4 mil participantes de todo o país. A FENAJ chega ao encontro com um conjunto de propostas construídas em sua 1ª Conferência Livre das Mulheres Jornalistas, realizada em agosto com quase 200 participantes, e será representada pelas delegadas Samira de Castro, presidenta da entidade, Germana McGregor, secretária de Gênero, Raça e Etnia, e Fernanda Gama, secretária de Mobilização, Negociação Salarial e Direito Autoral.

Após quase dez anos sem acontecer, a CNPM retorna como um dos principais espaços de democracia participativa e de formulação de políticas públicas para as mulheres, retomando uma agenda interrompida desde 2016. Com o tema “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”, a conferência é coordenada pelo Ministério das Mulheres e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).

Para as delegadas da Federação, a participação na 5ª CNPM representa uma oportunidade de consolidar o protagonismo das jornalistas brasileiras na formulação de políticas públicas que ampliem direitos e fortaleçam a democracia.

Entre as deliberações aprovadas na conferência livre estão a defesa da comunicação como direito humano, a regulação democrática da mídia e das plataformas digitais, a criação de mecanismos de denúncia e responsabilização contra práticas misóginas e a promoção de ações afirmativas para ampliar a presença de mulheres – especialmente negras, indígenas, quilombolas, LBTQIA+, periféricas e migrantes – em cargos de decisão e liderança no jornalismo. Também fazem parte da pauta a defesa da igualdade salarial e da plena implementação da Lei 14.611/2023, a ratificação da Convenção 190 da OIT sobre combate à violência e assédio no trabalho, o enfrentamento à precarização e à “pejotização” no setor e o apoio à PEC do diploma para jornalistas.

Para a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, a presença das jornalistas na CNPM é histórica e reafirma o compromisso da categoria com a democracia e a igualdade. “Estamos comprometidas em transformar nossas propostas em ações concretas. A misoginia atravessa a sociedade e atinge em cheio o jornalismo. É urgente enfrentá-la com políticas efetivas que garantam igualdade e valorização das mulheres jornalistas”, destacou.