FENAJ expressou sua solidariedade em carta enviada ao Sindicato Nacional
O jornalista Zied Heni, cofundador do Sindicato Nacional dos Jornalistas da Tunísia (SNJT), foi detido nesta terça-feira, 20, e mantido na prisão por 48 horas, após ser acusado de criticar o presidente Kais Saied. Ele foi preso por uma brigada à paisana que invadiu sua casa nos subúrbios da capital Túnis e interrogado sem a presença de seus advogados.
A FENAJ soma-se à Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) e ao SNJT para denunciar a prisão arbitrária e apelar ao governo da Tunísia para que cesse o processo contra Saied e pare de violar a liberdade de imprensa no país.
Zied Heni foi detido a pedido do promotor público por insultar o presidente Kais Saied. A acusação contra ele baseou-se em críticas ao presidente, feitas durante programa da rádio IFM. Pelas críticas, Zied foi acusado de “crime de ofensa contra o Chefe de Estado”, de acordo com o artigo 67 do Código Penal, e pode pegar uma pena de prisão de três anos. Ele foi libertado na manhã desta quinta-feira, 22, mas a investigação contra ele continua.
O Sindicato Nacional dos Jornalistas da Tunísia, em nota, expressou “absoluta solidariedade” a Zied Heni e denunciou que ele “é alvo de uma intensa campanha de incitação ao ódio e difamação, a ponto de prendê-lo e detê-lo apenas porque ele luta pela liberdade de expressão e pela dignidade e direitos dos tunisianos”.
A situação dos jornalistas na Tunísia preocupa a FIJ desde que o presidente Saied demitiu integrantes do governo, dissolveu o parlamento e assumiu o controle do judiciário. Em comunicado divulgado pelo SNJT em 7 de junho, o sindicato denuncia a onda de ações judiciais contra jornalistas, a política liberticida do governo, a violação dos direitos sociais e econômicos dos jornalistas, a deterioração de suas condições de trabalho e exige a publicação do acordo-quadro jornalistas no Diário Oficial como havia sido acordado.
O secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger, declarou a ele: “Esta nova prisão de nosso colega Zied Heni é uma nova ilustração das tentativas de intimidar nossos colegas de campo. Exigimos que as autoridades tunisinas parem com seu comportamento liberticida em relação aos imprensa.”
A FENAJ enviou carta à Embaixada da Tunísia no Brasil, repudiando a detenção do jornalista e pedindo o fim do processo contra ele. Também enviou nota de solidariedade aos jornalistas tunisianos.
