Livro que conta a trajetória de Vladimir Herzog será lançado em Brasília

“Como presidente do Sindicato vivi momentos muito complicados”, recordou Audálio Dantas em debate realizado na 58ª Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 4 de novembro. “Porque antes da morte do Vladmir Herzog houve uma caçada que culminou com o seqüestro e prisão de doze jornalistas, sendo Vlado o 12º, que morreu sob tortura. O Sindicato denunciou cada um dos casos, porque geralmente essas coisas ficavam sem se dizer nada. Em cada prisão, emitimos uma nota de protesto, e gerou uma situação de grande ira entre os militares que trabalhavam no DOI-CODI tentando derrubar o projeto de abertura política preconizado pelo Geisel”, explicou. “O pretexto era que esses jornalistas eram membros do Partido Comunista Brasileiro. Já havia uma tensão muito grande, porque a alegação era que a Imprensa estava infiltrada, que as redações estavam tomadas pelos comunistas”, apontou o ex-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas.

Em “As duas guerras de Vlado Herzog” (Editora Record, 406 páginas), Audálio conta a história de Vlado desde a sua perseguição pelos nazistas na Europa até o seu assassinato sob tortura pela ditadura militar. E levanta novas questões sobre a versão oficial da morte do ex-diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo.

A agenda de lançamentos da obra está lotada desde o início de novembro. Além de Porto Alegre, no dia 4, já ocorreram atividades no Rio de Janeiro (dia 11) e São Paulo (dia 13). Em Brasília, no dia 27 (próxima terça-feira) Audálio lançará o livro no Mercado Municipal (W-3 Sul, Quadra 509, Bloco C), a partir das 19h.