Em evento realizado nesta quinta-feira (24), no auditório do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC), foi lançado o curso de raça e etnia para profissionais da comunicação “Camutuê – Comunicação Livre de racismo”. A atividade contou com palestra do cineasta Émerson Déo Cardoso, realizador do curta metragem “Podem me chamar de Nadí”, que trata dos desafios enfrentados por uma menina negra na infância, e com o lançamento da história em quadrinhos “Procura-se Mombaça”, da professora Silvia Maria Vieira dos Santos. O curso tem o objetivo de formar 40 profissionais da comunicação, entre eles, jornalistas, publicitários, radialistas, relações públicas, comunicadores populares e estudantes de comunicação social para a temática raça e etnia e, através de parceria com a Universidade Estadual do Ceará (UECE), oferecerá certificação na modalidade extensão universitária. As formações do projeto serão realizadas em 10 encontros formativos quinzenais e em um seminário, por período de seis meses (entre janeiro e junho de 2012). Júlio César Tavares ministra primeiro curso O pesquisador entende que “a estigmatização a que foi submetida a população afro-descendente no Brasil foi fundamentalmente importante para legitimar sua exclusão midiática, que, em termos mais amplos, significaria invisibilidade e não-reconhecimento, já que reconhecemos os meios, veículos e tecnologias de comunicação como as únicas esferas capazes, hoje, de possibilitar reconhecimento e, por extensão, visibilidade”, afirma Tavares. O Camutuê é uma iniciativa da ONG Instituto de Juventude Contemporânea (IJC), com financiamento do Plano de Ação Conjunto Brasil-Estados Unidos para a Promoção da Igualdade Racial e Étnica – JAPER (em inglês), fruto da parceria da Brazil Foundation com a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, e conta com o apoio do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc), da Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e da Secretaria de Cultura de Fortaleza, da Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Estado do Ceará, da Universidade Federal do Ceará (UFC), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), do Canal Futura, da FENAJ e da Associação Cearense de Imprensa (ACI). “Procura-se Mombaça”: O texto, publicação oficial do projeto Odara, que trabalhou ações afirmativas e prevenção em seis escolas da rede estadual de ensino do Ceará, é uma aventura criada a partir das discussões sobre relações étnico-raciais com jovens ligados ao candomblé e integrantes do movimento negro. Na publicação é abordada a trajetória dos jovens Luanda e Zé, que, vitimas de preconceito racial, descobrem suas matrizes culturais africanas, numa viagem mágica. “A história que apresentamos reflete o mergulho na estética negra, a partir do momento que vê que ser negro não é ser diferente e que valores de diferenciação negativa entre raças podem ser quebrados a partir de um processo de ressignificação da imagem do negro”, afirma a autora, Silvia Maria. Inscrições:
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