Repórter é agredido no Rio de Janeiro. FENAJ cobra ações para conter violência contra jornalistas

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O jornalista Henrique Soares, do portal G1, foi vítima de agressões praticadas por homens armados no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (10/11), quando fazia uma reportagem sobre prédios ocupados. Libertado após a chegada da polícia no local, o profissional foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento da região. Entidades representativas da categoria cobraram medidas dos governos e das empresas para conter a violência contra jornalistas.

Segundo reportagem do portal, Henrique estava numa antiga fábrica, onde existe uma ocupação, quando lideranças comunitárias o alertaram de que haveria uma operação policial no local e que não seria seguro permanecer ali. Quando tentou retornar ao carro de reportagem, ele foi detido por dois homens que o levaram para dentro do galpão e o agrediram com paus e um revólver, além de roubarem seu celular e relógio.

Segundo testemunhas, após ficar refém por 40 minutos foi libertado, quando seus agressores foram informados da chegada da polícia ao local e quando lideranças comunitárias informaram que ele era repórter, não um policial, como supunham os agressores. Em seguida foi levado à UPA do bairro, onde recebeu os primeiros socorros, e depois transferido para um hospital particular. O profissional registrou queixa na polícia, onde identificou um de seus agressores, que foi capturado pela polícia quando tentava pular o muro da antiga fábrica.

Em nota pública,o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro repudiou a agressão, cobrou investigação das autoridades, punição aos agressores e colocou sua assessoria jurídica à disposição de Henrique Soares.

O presidente da FENAJ, Celso Schröder, manifestou solidariedade ao jornalista agredido e cobrou providências dos órgãos responsáveis na apuração do crime e das empresas na garantia de condições de trabalho a seus profissionais. “Nós temos alertado constantemente sobre a crescente violência contra jornalistas no Brasil. Felizmente, ao que soubemos, Henrique está se recuperando bem, mas o caso poderia ter uma gravidade maior”, disse.

“Não basta apenas a apuração de mais um caso e punição dos agressores, é imprescindível que os governos promovam políticas públicas que assegurem o exercício profissional do jornalismo e a adoção de um protocolo de segurança no qual as empresas garantam condições de trabalho aos profissionais em coberturas de risco”, defendeu o presidente da FENAJ.