O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se solidarizam com o jornalista Eduardo Vasco que, por meio do canal de denúncias mantido pela entidade, relatou ter sofrido intimidação de pessoas que ele suspeita trabalharem para os serviços de inteligência ucranianos. A Regional Santos está em contato com ele e à disposição para o suporte necessário.
O jornalista é integrante do Comitê Pró-Palestina da Baixada Santista e tem livros publicados sobre a guerra da Ucrânia e sobre Cuba. Sua atuação como correspondente de guerra para o livro-reportagem O povo esquecido: uma história de genocídio e resistência no Donbass teria motivado as ameaças realizadas por meio de chamadas e mensagens de whatsapp.
Vasco relata que o assédio começou no dia 12 de março último, quando uma pessoa que se identificou como Nádia fez perguntas sobre esse livro e disse que trabalhava para uma fundação que realiza pesquisas sobre desinformação, propaganda e lavagem de dinheiro em vários países. Um homem chamado Sérgio também entrou em contato, enviando dados pessoais e profissionais de Vasco, e disse que a situação é “muito séria”, sem maiores explicações.
Segundo Eduardo Vasco, os assediadores estavam interessados em sua colaboração com o site russo Pravda e em descobrir sobre suposto financiador, além de o acusarem de ser um propagandista de Moscou. Ele considera que ambos são ucranianos. No dia 16 de março, registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia Eletrônica da Polícia Civil de São Paulo.
Para o SJSP, é imprescindível defender todo jornalista de tentativa de cerceamento do livre exercício profissional. Quaisquer ações que busquem limitar a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa (que não deve ser exclusividade das empresas) e o regime democrático merecem nosso mais veemente repúdio.