Negociações coletivas começam a registrar efeitos da reforma trabalhista

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As negociações coletivas começam a registrar cláusulas relacionadas à legislação aprovada na reforma trabalhista. Levantamento inicial, feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nos acordos e convenções inseridos no Sistema Mediador, do Ministério do Trabalho, entre julho e agosto de 2017, revela que há 45 documentos com menção explícita às mudanças a serem implementadas pela Lei 13.467.

A reforma trabalhista altera cerca de 200 dispositivos da legislação do trabalho e traz profundos retrocessos para as condições de trabalho e a organização sindical. A nova lei trabalhista entra em vigor em 11 de novembro.

Reajustes salariais têm pequena melhora

As 326 negociações das principais categorias profissionais brasileiras, acompanhadas pelo Sistema de Acompanhamento de Salários do Dieese (SAS), mostram que houve melhora relativa dos resultados. O principal fator nesse movimento é a inflação baixa, que ajudou nas negociações.

Apesar de o resultado geral estar mais positivo, os ganhos reais continuam baixos, conforme evidenciado pela variação real média dos reajustes. A média de aumento real é de 0,35%.

Trabalhadores realizam 779 greves

De acordo com o Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG-Dieese), foram realizadas 779 greves no primeiro semestre de 2017, a maior parte no setor privado (53,5%).

O atraso no pagamento dos salários motivou mais da metade (60%) das greves no setor privado. Já na esfera pública, a reivindicação mais frequente foi reajuste de salário (46%). No total, os trabalhadores pararam por 42 mil horas.

Fonte: Dieese/Sindjorce

Ilustração: Jarbas Lopes