Em cerimônia marcada por momentos de alegria e emoção, realizou-se na noite de quinta-feira (23/9) a abertura do Centro de Cultura e Memória do Jornalismo. Simultaneamente, houve a inauguração da Sala Joel Silveira, que abriga o acervo de livros, documentos, objetos e quadros do grande jornalista brasileiro, e o lançamento do livro “Memória de Repórter”, com relatos históricos de 60 profissionais sobre a imprensa.
Muito emocionada, Elisabeth Silveira, filha de Joel, precisou transferir para o filho Rodrigo a tarefa de ler o discurso que ela escrevera para a ocasião. O pai, que aniversariava no dia da cerimônia, 23 de setembro, lhe pediu que não desmembrasse a biblioteca, que reúne cerca de 5 mil livros, de clássicos da literatura mundial a autores brasileiros. A presidente do Sindicato dos Jornalistas, Suzana Blass, destacou a importância de Joel Silveira para o jornalismo brasileiro e o papel do Centro como uma referência para o bom jornalismo.
“A guerra é nojenta”
No discurso, em nome do Sindicato dos Jornalistas, o diretor Rogério Marques contou como surgiu a ideia da doação do acervo de Joel Silveira para o CCMJ, destacou sua importância para as gerações futuras e lembrou que o repórter costumava dizer que foi para a guerra com 26 anos e voltara com 40. “A guerra é nojenta. E o que ela nos tira (quando não nos tira a vida) nunca mais nos devolve”, diz Joel no livro “Inverno na Guerra”.
Durante a cerimônia, a jornalista Carla Siqueira fez uma breve apresentação do site do Centro, no qual estão os depoimentos filmados dos jornalistas, além de acervos relacionados e links direcionados para instituições e empresas da área de pesquisa e memória do Jornalismo. Carolina Rocha, gerente da assessoria de imprensa da Petrobras, empresa que patrocina o CCMJ, manifestou esperança de que esta parceria com o Sindicato, iniciada em 2008, prosseguisse em outros projetos, além do próprio Centro e do livro “Memória de Repórter”.
Espaço de reflexão
O Centro de Cultura e Memória do Jornalismo funcionará provisoriamente em um grupo de salas no prédio onde está localizado o Sindicato, na Rua Evaristo da Veiga 16, disse Suzana Blass. “Esta é a primeira parte de um projeto para a transformação do Centro em um espaço de reflexão do bom jornalismo. Vale lembrar que a consolidação desta ideia não vai nos afastar de nossa atuação sindical, na luta por melhores condições de trabalho e pela qualidade da formação dos jornalistas”, destacou.
Ex-presidente do Sindicato e idealizador do Centro, Aziz Filho lembrou que o então candidato a governador Sérgio Cabral prometera, se eleito, doar um imóvel do Estado para transformá-lo em sede da entidade. “Entre outras promessas, esta também não foi cumprida”, disse e sugeriu que alguém em posição favorável tentasse convencer o governador a concretizar o compromisso.
O Auditório João Saldanha, onde se realizou a solenidade, ficou lotado e entre os 70 jornalistas que já deram depoimento para o acervo do CCMJ estavam presentes Ana Arruda Callado, Arthur José Poerner, Domingos Meirelles, Evandro Teixeira, Fuad Atala, Geneton Moraes Neto, Israel Tabak, Maurício Azêdo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa.
Fonte: site do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro