Delegado do Cremers ataca jornalistas de São Leopoldo e faz ameaças à liberdade de imprensa

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O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) e a Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ) lamentam a infeliz manifestação, em vídeo, de um delegado do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), onde esse cirurgião tenta silenciar as vozes de jornalistas que realizam entrevistas com a população para abordar a falta de recursos humanos, financeiros e, muitas vezes, de condições de trabalho que ocorrem no atendimento do Hospital Centenário, na cidade de São Leopoldo, e aproveita essa citação pública para dizer que profissionais da imprensa precisam procurar ajuda psiquiátrica, porque estão doentes e necessitam de apoio urgente. O cirurgião manifesta também que os médicos estão além do limite de tolerância com essas pessoas. O delegado regional do Cremers emitiu essa declaração com ataques diretos aos jornalistas que estão cobrindo essa crise. Essa exposição, onde ele acusa de forma genérica jornalistas de serem “sórdidos” e “doentes mentais” pela divulgação de reportagens que trazem depoimentos de familiares descontentes com o atendimento hospitalar, foi totalmente sem cabimento e colocada de forma pejorativa.

Gostaríamos de lembrar que, sim, o problema da saúde mental é de extrema importância, tanto que o SindJoRS possui convênio com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – Simers (SindJoRS e Simers assinam parceria institucional com enfoque em saúde mental – https://jornalistas-rs.org.br/simers-e-sindjors-assinam-parceria-parceria-institucional-com-enfoque-em-saude-mental/) para tratar dessa importante questão e que colegas no exercício da sua profissão, tanto médicos quanto jornalistas, merecem respeito. Esse tipo de ataque só piora a relação que deveria ser, no mínimo, respeitosa e cordial entre os dois lados, porque a finalidade é a mesma: bem servir e informar com responsabilidade a sociedade gaúcha. A manifestação, dirigida a jornalistas que têm entrevistado a comunidade sobre os acontecimentos desagradáveis e o sofrimento de pacientes, culminou em ameaças diretas ao exercício da profissão e à integridade dos comunicadores que atuam na cobertura da crise da saúde na cidade.

A postura do delegado do Cremers, ao tentar desqualificar e intimidar os jornalistas, representa um grave atentado à liberdade de imprensa e ao direito fundamental da população de ser informada sobre os problemas que afetam a saúde pública. O trabalho do jornalismo consiste em dar voz à comunidade, fiscalizar os serviços essenciais e expor os fatos que geram sofrimento, buscando a responsabilização e a melhoria dos serviços. A tentativa de silenciar a imprensa por meio de ofensas e ameaças é um sinal nítido da dificuldade em lidar com a transparência e a cobrança da sociedade. O SindJoRS e a FENAJ defendem sempre o jornalismo qualificado, a luta pela PEC do diploma e que não ocorram registros indiscriminados de quem se diz jornalista sem compromisso nenhum. Mas, principalmente, o respeito por quem exerce seu ofício com ética e comprometimento.

Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS)
Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ)