Em crise, Editora Três demite 240 trabalhadores

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Apelando para o surrado recurso da demissão em massa para enfrentar crises geradas por incompetência na administração da empresa, os diretores da Editora Três anunciaram hoje, 11/05, a demissão de 240 funcionários, entre eles 40 jornalistas. Segundo a empresa, as dispensas são conseqüência da interrupção nas negociações de venda para a Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), do empresário Nelson Tanure, que já tinha antecipado R$ 5 milhões, obtendo preferência na compra da editora. Sindicatos de São Paulo, Município do Rio e FENAJ protestam.

Há vários meses a empresa tem atrasado salários, obrigando os trabalhadores a paralisações. Segundo fontes no mercado, a venda foi cancelada, obrigando Domingo Alzugaray a ressarcir a CBM. Aparentemente, parte dos R$ 5 milhões será retornada por meio de anúncios. Para manter o controle da Três, Alzugaray conta com amparo financeiro de grupo de bancos, cuja identidade ainda não foi revelada.

As diretorias dos Sindicatos de São Paulo e Município do Rio e da FENAJ protestaram com veemência a este novo passaralho promovido pelos donos da mídia. Os Sindicatos estão pedindo a suspensão imediata destes cortes e a abertura das negociações visando a solução da crise que já dura meses.

As demissões fazem parte da reformulação da editora, que a partir de segunda-feira (14/05) vai unificar as redações das revistas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro, IstoÉ Gente, Gula, Autoshow e outras publicações, com uma equipe menor que produzirá o material para todos os títulos, num movimento de expropriação que no mundo dos negócios é chamado de “sinergia.”