A regulamentação profissional, o mercado de trabalho, o impacto das novas tecnologias e a função social dos jornalistas foram alguns dos temas abordados no Encontro dos Jornalistas em Assessoria de Comunicação de Minas Gerais, realizado nos dias 5 e 6 de outubro, em Diamantina. O evento aprofundou debates sobre a organização e valorização do segmento. As principais resoluções do Encontro foram sintetizadas na “Carta de Diamantina”.
Responsáveis por um em cada três oportunidades de trabalho geradas para os jornalistas, as assessorias de comunicação devem entrar, definitivamente, na pauta das discussões e das reivindicações dos sindicatos da categoria. A necessidade de maior articulação entre os profissionais do setor foi reforçada pelo presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, para quem o investimento das entidades deve ser cada vez maior para assegurar a conquista de espaços e reconhecimento no mercado de comunicação.
Para Sérgio Murillo, a reflexão sobre os desafios e os compromissos do jornalista dentro das assessorias de comunicação, os avanços e os impactos das novas tecnologias sobre as funções desempenhadas no ambiente das organizações públicas e privadas são questões fundamentais a serem enfrentadas no cotidiano dos profissionais de assessoria de comunicação. Ele defendeu o combate ao contínuo processo de desregulamentação do mercado, com resultados visíveis no desrespeito a conquistas trabalhistas. “Devemos ocupar espaços e nos armar para enfrentar estes e outros desafios”, sustentou.
A necessidade de mobilização para assegurar o reconhecimento de que a função de assessor de comunicação é típica do jornalista foi um dos pontos mais destacados nos debates. “Mesmo que alguns não nos reconheçam desta forma, é isso o que nós somos: jornalistas!”, enfatizou Janaína da Mata, diretora do SJPMG e coordenadora do evento. “Contribuímos com o processo da transparência nas instituições e em suas relações com a sociedade, divulgando informações de relevância, que nem sempre teriam repercussão sem a nossa atuação”, registrou.
Janaína da Mata assinalou que, mesmo próximos a todas as instâncias de poder e com o trabalho reconhecido, ainda falta aos jornalistas em assessoria de comunicação um lugar a conquistar: “um lugar que é nosso por direito e que ainda não nos deixaram entrar, a lei que regulamenta a profissão de jornalista”.
Veja, abaixo, o documento final do ENJAC Minas.
“Carta de Diamantina
A presença e o trabalho desenvolvido pelos jornalistas nas Assessorias de Comunicação Social, sejam na iniciativa privada, nos órgãos governamentais ou no terceiro setor, são, hoje, ferramentas importantes nas relações entre essas instituições e a sociedade.
São, ainda, os jornalistas assessores instrumentos relevantes na democratização da informação. Peças importantes nas relações entre empresas ou órgãos governamentais e os jornalistas de todas as mídias ou veículos de comunicação social, são atores indispensáveis à transparência e veracidade dos fatos.
Partindo desses princípios, nós jornalistas mineiros, assessores de comunicação social – reunidos em Diamantina, no período de 5 a 7 de outubro de 2007, no Encontro Estadual de Jornalistas em Assessoria de Comunicação, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais – decidimos:
a) – Apoiar incondicionalmente a luta desenvolvida pela Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas e sindicatos da categoria, em todo o País, por uma nova regulamentação da profissão, criação do Conselho Federal de Jornalismo e pela exigência da formação superior para o exercício profissional. Esses diplomas legais são instrumentos indispensáveis ao jornalismo responsável e à democratização da comunicação no Brasil.
b) Exigir que a nova regulamentação profissional, a ser aprovada pelo Congresso Nacional, a função de assessor de imprensa seja específica e exclusiva dos jornalistas. Esta medida se faz necessária para dirimir o conflito hoje existente entre os jornalistas e outros profissionais de Comunicação Social.
c) Preconizar maior participação e mobilização dos jornalistas de assessorias nas lutas dos trabalhadores brasileiros na preservação de direitos adquiridos e ampliação desses mesmos direitos e, sobretudo, nas dos jornalistas.
d) Contribuir para que assessores e empregadores se conscientizem da importância da Comunicação Social e da democratização da informação na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária.
e) Sugerir que a Fenaj implemente uma campanha nacional de fortalecimento das entidades sindicais dos jornalistas através de campanha de sindicalização.
Da terra de Felipe dos Santos, de Chica da Silva e de Juscelino Kubitschek de Oliveira aos sete dias do mês de outubro de 2007.”
Jornalistas mineiros de assessorias de comunicação
Manual está disponível
Recentemente a FENAJ lançou o Manual de Assessoria de Comunicação 2007, editado pelo Departamento de Mobilização em Assessoria de Comunicação da entidade.
Em sua quarta edição, o documento contextualiza a situação atual do exercício da atividade de assessor de comunicação, o perfil do profissional, áreas de atuação, produtos e serviços, a legislação da profissão e o Código de Ética do Jornalista com as atualizações aprovadas no Congresso Nacional Extraordinário da Categoria, realizado em agosto, em Vitória (ES). Para acessá-lo, clique aqui.
Com a colaboração da Assessoria de Imprensa do SJPMG
