Entidades internacionais juntaram-se à Federação Colombiana de Jornalistas (FECOLPER) na denúncia do assassinato do jornalista Edgar “Quentin” Quintero, ocorrido no dia 2 de março, em Palmira, no Vale Cauca. Registrando que este é o segundo assassinato em 15 dias, as entidades emitiram um alerta internacional sobre o recrudescimento da violência contra jornalistas na Colômbia.
Quintero foi assassinado por um pistoleiro na noite de segunda-feira, 2 de março, após terminar a transmissão de seu programa “Notícias e Algo Mais” na Rádio Luna, de Palmira . Conhecido por denunciar atos de violência e corrupção, ele estava numa padaria com dois amigos, quando foi alvejado com seis tiros. Segundo o comandante do Distrito Policial de Palmira, William López Castro, tanto o proprietário da rádio, quanto familiares, desconheciam se Quintero recebeu ameaças. Jornalistas e moradores da cidade, no entanto, declararam que estranhamente programas críticos à administração municipal são fechados e a imprensa é amordaçada.
Adriana Hurtado, presidente da FECOLPER , resgatou que este é o segundo assassinato de jornalistas na Colômbia no decurso de 2015 – o jornalista Luis Peralta Cuellar foi assassinado em meados de fevereiro, no município de El Doncello, Departamento de Caquetá -, ampliando a preocupação com o retorno da violência registrada na última década. “Com este novo ato já são 145 assassinatos, dos quais existe apenas uma condenação efetiva de planejar o assassinato de um jornalista. Nós rejeitamos este fato e exortamos a Procuradoria Geral para investigar e processar os autores materiais e intelectuais”, disse.
Em nota, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), registrou que no início de 2014, a FECOLPER divulgou um relatório sobre a situação do jornalismo no país, detectando que o exercício da profissão é cada vez mais perigoso e isso se reflete em crimes como assassinatos, ataques, ameaças, destruição de instalações ou equipamentos, escutas ilegais, detenções ilegais, deslocamento forçado e assédio em suas diversas manifestações . Além de condenar esta nova afronta à liberdade de expressão, a FIJ manifestou preocupação com o alto índice de impunidade nesses fatos e exigiu investigação e punição aos autores e mandantes deste assassinato.
Para a Federação de Jornalistas da América Latina e do Caribe (FEPALC), estes crimes, reavivaram os temores de uma década em que a Colômbia foi um dos países com a maior taxa de assassinatos de jornalistas no mundo. A FEPALC apelou às autoridades colombianas para que procedam rápida apuração do caso e identificação do autor e mandantes do assassinato, alertando que a impunidade é um elemento incentivador de mais crimes. A entidade também fez um apelo aberto à comunidade internacional para que dê atenção especial à situação colombiana e ao alto risco enfrentado pelos jornalistas que denunciam a corrupção no país.