A Federação de Jornalistas Africanos (FAJ), a organização Pan-Africana que representa os jornalistas na África, condena com a maior veemência as ações das Forças de Defesa de Israel contra jornalistas e veículos de imprensa, que foram transformados em alvos durante a agressão em curso na Palestina.
O Sindicato de Jornalistas Palestinos (PJS) relatou pelo menos duas prisões de jornalistas enquanto outros 30 jornalistas foram agredidos e espancados em ataques direcionados por soldados das forças armadas israelenses. Em 11 de maio, o exército israelense bombardeou e destruiu a Torre Al-Jawhara, na cidade de Gaza, Palestina, que abrigava os escritórios de 13 veículos de imprensa, assim como os escritórios de várias organizações não-governamentais.
A isso se seguiram, em 15 de maio, ataques aéreos nos quais caças israelenses também destruíram a torre Al-Jalaa, que abrigava agências de notícias internacionais, como Al Jazeera Media Network, e escritórios da Associated Press em Gaza.
“Os ataques aos edifícios que abrigam agências de notícias são injustificados e constituem crimes de guerra. Além das perdas materiais significativas ocasionadas aos órgãos de mídia locais e internacionais pelos ataques injustificados, um grande número de jornalistas perdeu seus locais de trabalho e seus pertences pessoais, e tiveram a sorte de escapar com vidas”, disse o presidente da FAJ, Sadiq Ibrahim Ahmed.
“Em qualquer outro lugar, as ações de Israel seriam devidamente chamadas de crimes de guerra. Como representante dos sindicatos e associações de jornalistas na África, a FAJ considera os bombardeios descuidados, repetitivos e direcionados à mídia e agências jornalísticas, uma tentativa grosseira de obscurecer os crimes hediondos cometidos pelo exército israelense contra civis, e de impedir que os jornalistas apresentem a verdadeira imagem do que está acontecendo nos territórios palestinos”, afirmou o presidente da FAJ.
A FAJ mantém-se em total solidariedade com as lideranças e membros do Sindicato dos Jornalistas Palestinos e todos os jornalistas que trabalham na Palestina, enquanto corajosamente seguem relatando os crimes cometidos pelo exército israelense, e pede responsabilização imediata e que os autores de crimes de guerra e ataques a jornalistas não fiquem impunes.
A Federação Pan-Africana apela para que a União Africana (UA) e os governos africanos condenem inequivocamente a agressão israelense contra civis na Palestina, incluindo jornalistas. A federação conclama particularmente o Conselho de Paz e Segurança da UA a se reunir com urgência para debater a situação na Palestina.
“Não vamos nos abster de exigir que Israel preste contas pelos crimes que está cometendo contra os jornalistas. Também conclamamos a comunidade internacional a deter os atos criminosos de Israel contra civis indefesos” declarou o presidente da FAJ.