Em Brasília, evento nacional elaborou e entregou documento para o Governo com as principais reivindicações dos trabalhadores do setor

Dirigentes da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e dos Sindicatos dos Jornalistas do DF, Município do RJ e SP estiveram presentes no Encontro das Entidades Representativas de Trabalhadores e Trabalhadoras das Estatais e Empresas Públicas, realizado em Brasília nos dias 26 e 27 de novembro. Organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Encontro reuniu mais de 80 sindicalistas, representando 44 organizações que realizam negociações com empresas públicas e estatais.
O objetivo foi debater as necessidades do segmento e organizar os trabalhadores de diversos ramos. Um Coletivo com as entidades será formado para estruturar as lutas conjuntas das e dos trabalhadores. A FENAJ estará na composição, levando as lutas dos trabalhadores do Jornalismo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e outras estatais.
“Foram dois dias de debate muito rico, que culminou no nascimento do Fórum dos Trabalhadores das Estatais e Empresas Públicas. O encontro resultou no Manifesto que foi entregue aos representantes do governo. A CUT é uma central muito combativa, mas também é propositiva, e agora não é diferente”, afirmou o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.
No encontro, foi elaborado um documento, construído com a participação da Central e mais de 40 entidades, entre Confederações, Federações, Sindicatos Nacionais e regionais, que foi entregue ao secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação (MGI), Jose Lopez Feijóo.
O manifesto aborda a situação dos servidores públicos das estatais, a CGPAR 52, as negociações coletivas, greves, prejuízos das categorias nos últimos anos, entre outros pontos. As trabalhadoras e trabalhadores exigem valorização, direitos e garantias contra a privatização das empresas, bem como políticas para o fortalecimento dessas instituições, tão caras para todo o povo brasileiro. O dcoumento pode ser lido integralmente AQUI.
Para Feijóo, os últimos anos impuseram perdas brutais aos trabalhadores e ao Estado brasileiro, que “estava sendo preparado para ser absolutamente destruído”, segundo ele.
“O Estado era visto como desnecessário quando sabemos que ele cumpre um papel civilizatório. Quando não tem Estado, prevalece a Lei do mais forte”, afirmou Feijóo. “Os movimentos sociais e o movimento sindical foram atacados justamente por serem pilares da democracia”, segundo ele.
Feijóo falou ainda das dificuldades de reconstruir aquilo que foi destruído nos últimos governos e do importante papel da classe trabalhadora nas críticas e sugestões ao governo para viabilizar essa reconstrução.
Além do secretário de Relações de Trabalho, o secretário Adjunto do MGI, Adauto Modesto, também recebeu o Manifesto diretamente das mãos das trabalhadoras e dos trabalhadores.
Para Adauto, “esse documento é uma contribuição muito relevante”. Ele agradeceu pelo empenho dos trabalhadores, cuja visão “é fundamental” para o processo de reconstrução do nosso país. O secretário justificou a ausência da ministra e explicou que a mesma disponibilizou agenda para receber as reivindicações e manter o diálogo com as categorias.
O encontro
Anfitrião da atividade, o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, destacou o papel estratégico das empresas e de seus trabalhadores. “Foi um encontro importante para a CUT, a gente fez uma programação de dois dias, que contou com a colaboração do DIAP, do Dieese, da LBS Advogados, que presta assessoria jurídica pra CUT Brasil e de todos os trabalhadores, cujo trabalho diário constrói a soberania nacional”, afirmou.
Rodrigues lembrou o processo de tentativa de privatização dos Correios, onde “eles só queriam privatizar aquilo que dá lucro. Em contrapartida, queriam criar uma outra empresa pública para fazer toda a parte de logística, atualmente uma responsabilidade dos Correios, ou seja, não faz o menor sentido. Já temos essa empresa e o que precisamos fazer é defende-la”, afirmou.
O evento contou ainda com análise de conjuntura, com Sérgio Nobre e Erika Kokay. A deputada do PT-DF afirmou: “O país construiu essa democracia graças à luta dos trabalhadores e trabalhadoras. Aqui estão as empresas que tem condições de construir um país soberano, mais justo e mais igualitário. Queremos que nossas empresas continuem públicas para que o Brasil construa a sua soberania”.
Sérgio Nobre falou sobre o projeto de reforma sindical, fundamental para garantir a atualização necessária para que o movimento continue forte, atuante e representativo frente às mudanças no mundo do trabalho e as estratégias de luta em defesa da democracia, dos direitos da classe trabalhadora e por uma sociedade mais justa e igualitária para todas e todos.
Com informações da CUT Brasil