FIJ elege sua nova diretoria e FENAJ se mantém no Comitê Executivo

801

A jornalista francesa, Dominique Pradalié, é a nova presidenta da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ). Ela foi eleita pelos delegados do 31° Congresso Mundial dos Jornalistas, que se encerra nesta sexta-feira, em Mascate, capital de Omã. Na mesma eleição, a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Maria José Braga, elegeu -se para um novo mandato no Comitê Executivo da FIJ.

Junto com Dominique foram eleitos para o Comitê Administrativo a peruana Zuliana Lainez, para a primeira vice-presidência (sênior); o inglês Jim Boumelha, para a tesouraria, e, para as outras duas vices-presidências, a indiana Sabina Indrejit e o palestino Abu Baker Nasser.

Já para o Comitê Executivo, além da presidenta da FENAJ, foram eleitos outros 15 integrantes de vários continentes e países. Maria José foi a segunda candidata mais votada, atrás somente da representante do Sindicato Nacional do Canadá, Jeniffer Monreau.

Maria José Braga e Paulo Zocchi

A FENAJ foi representada no 31° Congresso Mundial dos Jornalistas pela presidenta e pelo vice-presidente, Paulo Zocchi. Os principais temas discutidos foram a segurança dos jornalistas, o perigo da vigilância por programas como o Pegasus, a precarização das relações de trabalho e a própria organização sindical.

Foram aprovadas mais de 40 propostas de ações para a FIJ e suas entidades filiadas. A América Latina conseguiu aprovar as cinco propostas coletivas que apresentou. A FENAJ teve aprovada duas moções: uma de repúdio às agressões de Jair Bolsonaro a jornalistas e suas ameaças à democracia; outra em apoio ao jornalista Rubens Valente, condenado recentemente a indenizar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. A FIJ vai apoiá-lo em sua apelação à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Quem é a nova presidenta da FIJ

Dominique Pradalié trabalhou ao longo de sua carreira na radiodifusão pública francesa, da ORTF à France Télévisions, e foi editora-chefe do noticiário noturno da France 2. Ao mesmo tempo em que seguia a carreira de jornalista, Pradalié também se envolvia em atividades sindicais de forma voluntária. Em particular, exerceu vários mandatos de representação de jornalistas na France Télévisions – delegada de pessoal, membro do conselho de trabalhadores e representante sindical na empresa.

Dentro do sindicato, ela foi eleita em nível regional (seção Ile de France) e nacional como Secretária Geral e porta-voz do SNJ até 2021, responsável pelas questões jurídicas e internacionais. Atualmente, ela faz parte do Comitê Nacional do SNJ, o parlamento do sindicato, e é membro do Comitê Executivo da FIJ desde o Congresso de Angers (2016) após ser reeleita no Congresso de Túnis (2019).

É membro da Comissão Superior da Carteira de Identidade do Jornalista Profissional ( CCIJP ) até 2021, e atualmente é vice-tesoureira do Conselho de Ética e Mediação Jornalística ( CDJM ) e administradora da Maison des lanceurs d’alerte em Paris, organizações de que o SNJ é cofundador, e de várias associações de defesa dos jornalistas. Ela também é conselheira da Commission d’arbitrage des journalistes, uma jurisdição específica para a profissão na França.

Desde 1926, quando a FIJ foi fundada em Paris, Dominique Pradalié é a segunda mulher presidente da FIJ, depois da jornalista belga Mia Doornaert (1986-1990). A francesa sucede o jornalista marroquino Younes Mjahed, que foi presidente da FIJ de 2019 a 2022. Seu mandato vai até 2026, quando a FIJ comemorará seu centenário.

Pradalié disse: “Minha eleição para a presidência da FIJ me dá muito orgulho pela homenagem feita à França. A liberdade de imprensa está sob ataque em todo o mundo e os jornalistas são as primeiras vítimas. Mas são os cidadãos que são os mais penalizados, porque democracias são julgadas pela qualidade de seus meios e informações, que devem ser honestos, completos, independentes e pluralistas”.

Pradalié também destacou que a Convenção da FIJ contra a impunidade dos assassinos de jornalistas deve ser adotada pela Assembleia Geral da ONU: “A solidariedade e a ação coletiva devem ser multiplicadas em todos os lugares para promover e lembrar a missão e o papel dos jornalistas na sociedade”.