Grito dos Excluídos e das Excluídas completa 28 anos de luta por justiça social

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No dia 7 de setembro de 2022, o Grito dos Excluídos e das Excluídas vai novamente às ruas do Brasil para perguntar: “Independência para quem?”. Com tema que marca o bicentenário da Independência do Brasil, a ação coletiva tem como objetivo denunciar injustiças na construção da soberania nacional e negligências do governo de Jair Bolsonaro (PL). Entre as reivindicações históricas estão o direito à alimentação, à moradia, ao trabalho e à democracia

Mesmo após quase 200 anos do grito “independência ou morte”, entoado por Dom Pedro I às margens do rio Ipiranga, ainda perdura o questionamento: qual independência há, de fato, no Brasil? E para quem? Essa é a reflexão proposta pelo Grito dos Excluídos e das Excluídas anualmente em diversas cidades do país, em paralelo ao desfile cívico-militar do 7 de setembro, data que nos últimos anos tem sido marcada por atos a favor e contra o atual presidente de extrema-direita.

Desde o início do Grito dos Excluídos e das Excluídas, a segurança alimentar sempre esteve no centro do debate. E, após 28 anos de luta, o acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente continua a ser reivindicado. Sob Bolsonaro, o Brasil voltou ao “Mapa da Fome” em 2021.

De acordo com o relatório da ONU “The State of Food Security and Nutrition in the World” [Situação da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo – disponível somente em inglês], o percentual de brasileiros que não sabem quando vão fazer a próxima refeição está acima da média mundial.

Por uma nação livre, independente e soberana

Nacionalmente, o Grito dos Excluídos e das Excluídas surgiu em 1995, a partir da 2ª Semana Social Brasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A primeira mobilização ecoou em 170 localidades do país e teve como lema “A vida em primeiro lugar”. Ainda que sua origem seja católica, de lá pra cá, o ato simbólico expandiu-se para outros âmbitos, envolvendo movimentos populares, religiosos e sindicais, entre outras organizações comprometidas com as causas das populações mais vulneráveis.

Para além das atividades promovidas no dia em que o Brasil supostamente pôs fim às relações de poder coloniais, o Grito dos Excluídos e das Excluídas acontece antes, durante e depois do dia 7 de setembro. Embora potencializadas no nono mês, as reflexões e ações perduram o ano todo, por meio de reuniões, lutas específicas do dia a dia, debates e formação de lideranças.

Entre os principais pilares do Grito dos Excluídos e das Excluídas estão: analisar criticamente o atual modelo de “desenvolvimento” baseado no lucro e na acumulação privada; lutar contra a privatização dos recursos naturais, bens comuns e contra as reformas que retiram direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores; ocupar os espaços públicos e exigir do Estado a garantia e a universalização dos direitos básicos; promover a vida e anunciar a esperança de um mundo justo, com ações organizadas a fim de construir um novo projeto de sociedade.

Com informações do Brasil de Fato RS