Jornalismo acumula perda de 962 postos formais de trabalho entre janeiro de 2023 e agosto deste ano

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O mercado de trabalho formal para jornalistas segue registrando saldo negativo ou perda de vagas com carteira assinada. É o que mostra a evolução mais recente da movimentação de trabalhadores (admitidos, desligados e o saldo) obtida por meio dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

No intervalo de janeiro de 2023 a agosto de 2024, apesar de terem ocorrido mais de 16,2 mil contratações, o número de desligamentos foi maior: em torno de 17,2 mil, gerando saldo líquido negativo, ou seja, uma redução de 962 postos de trabalho no total. Os dados foram levantados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

Somente em 2023, o saldo foi negativo em 867 postos. Em 2024, de janeiro a agosto, o resultado entre admitidos e desligados ficou negativo em 95 vagas com carteira assinada. Portanto, na avaliação do Dieese, nota-se uma ligeira melhora nessa relação nos oito meses de 2024, em relação ao ano anterior.

Para a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, é possível que as eleições municipais tenham influeniado positivamente o mercado formal, com a contratação de profissionais para atuar nas campanhas políticas e na cobertura eleitoral propriamente dita. “Tanto que os meses que registram saldos positivos em 2024 são março – um mês antes do início do calendário eleitoral – julho e agosto – meses de pré-campanha e campanha”, comenta.

Assessor de imprensa teve maior saldo positivo

Desagregando os mesmos dados por ocupação/função, o Dieese destaca que, no período, houve crescimento líquido de postos de trabalho somente para as funções de: Assessores de Imprensa (44 postos), Desenhistas Industriais Gráficos/Designer Gráficos (34), Produtores de Texto (28) e Repórteres de Rádio e Televisão (66). De outro lado, as funções que apresentaram maior encolhimento no saldo de postos de trabalho foram: Editor (-390 postos no total), Revisor de Texto (-114), Jornalista (-105) e Editor de Jornal (-90).

São Paulo responde por 68% do saldo negativo no período

A desagregação dos dados de admissões, desligamentos e saldo por Unidade da Federação mostra que o maior número de contratações foi verificado nos estados de São Paulo (5.138), Rio de Janeiro (1.506), Minas Gerais (1.267), Rio Grande do Sul (1.141), Paraná (1.085) e Santa Catarina (1.040).

Contudo, esses cinco estados apresentaram saldo líquido negativo, ou seja, perda de postos de trabalho, pois ocorreram mais demissões do que contratações. O estado de São Paulo gerou grande influência, com um saldo negativo de 655 postos de trabalho formais, dos 962 perdidos em termos nacionais. Ou seja, sozinho, São Paulo respondeu por 68% do saldo negativo do período.

De outro lado, ainda que com menor participação em termos quantitativos, os estados de Amazonas (2), Piauí (1), Ceará (30), Rio Grande do Norte (35), Paraíba (77), Alagoas (9), Bahia (42), Mato Grosso do Sul (1) e Distrito Federal (24) terminaram o período com saldo positivo de empregos.