Por 73 votos a 54, os jornalistas de jornais e revistas do Rio aprovaram na quarta-feira (14/12), a proposta patronal para a Convenção Coletiva de 2015 e 2016. Os profissionais deste segmento terão seus salários reajustados em 12,48% (7,13% relativo a 2015 e 5% sobre 2016) a partir de janeiro de 2017.
O reajuste aprovado representa perda real de 6% nos salários, já que a inflação acumulada nos últimos dois anos foi de 19,24%, de acordo com o Dieese. Os votos contrários à proposta patronal surpreenderam e mostraram que a categoria não está satisfeita com a resistência dos patrões nos acordos salariais – já que estão há dois anos sem firmar Convenção Coletiva.
As empresas deverão ainda pagar retroativos dos reajustes de 2015 e 2016 em modelos esquematizados para quem emprega mais ou menos de 200 jornalistas. Nas empresas com mais de 200 profissionais, o retroativo de 2015 será 7,13% desde fevereiro de 2015 – descontando as antecipações já pagas – a ser pago integralmente em fevereiro do ano que vem. Para 2016, será calculado o retroativo de 5% entre fevereiro e novembro deste ano, que será pago em janeiro de 2017.
Nas empresas com menos de 200 jornalistas, a perda é maior. Para 2015, os profissionais vão receber apenas 40% do salário, e que ainda poderá ser parcelado em até cinco vezes a partir de janeiro de 2017. Já sobre 2016, esses trabalhadores terão os 5% calculados entre fevereiro e novembro deste ano e pagos em até cinco parcelas de janeiro de 2017 em diante.
Jornalistas que foram demitidos de empresas de jornais e revistas em 2015 e em 2016 também terão direito ao retroativo da convenção coletiva do período em que estiveram empregados.
Além de corrigir o salário, o percentual de 12,48% será aplicado às cláusulas de auxílio-creche, vale alimentação, vale-refeição, seguro de vida e auxílio-funeral. Para estes benefícios, porém, não haverá pagamento de retroativo.
A cláusula de participação nos resultados de 2016, mais conhecida nas redações como ‘abono’, prevê escalonamento de acordo com o número de jornalistas na empresa de 20%, com valor mínimo de R$ 539,94 e máximo de R$ 980,88, mais um adicional correspondente a 10% do salário, sendo os valores mínimo R$ 269,96 e máximo R$ 490,44. O pagamento poderá ser efetuado em, no máximo, duas parcelas até agosto de 2017.
A proposta dos patrões fixa ainda pisos salariais de R$ 1.600 para 2015 e R$ 1.680 para 2016, considerando a jornada legal de cinco horas. Os patrões foram intransigentes na manutenção desta cláusula, apesar das tentativas da direção do SJPMRJ de excluí-la da convenção coletiva.
Campanhas salariais têm desfecho também no Rio Grande do Sul, Brasília, São Paulo e Paraná
No Rio Grande do Sul, em assembleias realizadas no dia 13 de dezembro, em Porto Alegre, Caxias do Sul, Rio Grande e Pelotas, os jornalistas também aprovaram, por 53 votos a 14, a proposta patronal para o acordo coletivo. A reposição salarial será de 6,91% – 4,91% em dezembro e 2% em março (sobre o salário de junho) –, mais abono de 29,46% na folha de dezembro, com teto de R$ 1.000,00 no lugar do retroativo; e INPC pleno para 2017.
Os jornalistas do Distrito Federal aprovaram, por maioria e sem consulta às redações, a proposta patronal para a Convenção Coletiva de Trabalho 2016/2017 em assembleia realizada no dia 12 de dezembro. O reajuste salarial aprovado é de 7%, sendo 6% a ser efetuado a partir da folha de pagamento de janeiro de 2017, com o pagamento de retroativo desde a data-base (abril/2016). O montante referente ao retroativo será pago em três parcelas bimestrais (janeiro, março e maio de 2017). O 1% restante será pago no mês de março de 2017, sem retroatividade. Com isso, o piso salarial no DF passa a ser de R$ 2.420 (7,7%), a partir da data-base (abril de 2016).
Em plebiscito realizado de 22 de novembro a 2 de dezembro em todas as principais redações da capital paulista, os jornalistas aprovaram, por 400 votos a 268, a proposta das empresas de jornais e revistas para a Convenção Coletiva 2016-2017. A maioria dos jornalistas terão um reajuste salarial de 4% retroativos à data base, 1º de junho de 2016, e mais 4% a partir de janeiro, totalizando uma correção de 8,16%. O reajuste do piso salarial é maior e, nominalmente, chega ao índice de inflação, 9,82%. Os retroativos podem ser pagos em parcelas de janeiro a maio do ano que vem.
A proposta patronal para acordo também foi aprovada por 93 votos contra 53, em assembleias realizadas no final de novembro pelos Sindicatos dos Jornalistas do Paraná e do Norte do Paraná. Ficou definida a reposição salarial de 9,83% pagos em duas parcelas, sem retroatividade. A primeira, de 6%, foi paga no salário de novembro, e a segunda, no valor de 3,83%, será paga no salário de fevereiro.
Com informações dos Sindicatos dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, São Paulo e Paraná.





