Jornalistas e administrativos do Diário de S.Paulo entram em greve na quinta-feira

Em assembleia realizada nesta segunda-feira (9/01), em frente à sede do Diário de S.Paulo, na Barra Funda os jornalistas e trabalhadores do setor administrativo decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado a partir da próxima quinta-feira. A categoria vive uma situação difícil, com demissões, salário atrasado, sem pagamento do 13º e condições de trabalho precárias.
Desde o início de 2017, sete profissionais foram demitidos, o jornal não pagou o 13º dos profissionais e nem o salário de dezembro, que deveria ter sido quitado no dia 5 de janeiro. Os jornalistas do veículo estão em estado de greve desde o ano passado por conta dos atrasos frequentes no pagamento de salários e benefícios e a falta de repasse do FGTS à Previdência e do Imposto de Renda à Receita Federal.
O veículo também não está pagando os distribuidores, que acabaram por interromper a entrega das edições nos dias 3 e 4 deste mês, e tentaram até mesmo impedir a saída do carro da empresa com os jornais bloqueando o portão em protesto, mas a polícia foi chamada e fez a “escolta” do veículo para fora do prédio.

Como resultado, de acordo com os trabalhadores, mais de duas mil assinaturas foram canceladas nos últimos dias. Segundo os relatos, uma atendente recebeu mais de 50 pedidos de cancelamento em um único dia.

Situação crítica

Segundo os jornalistas ouvidos pelo Sindicato, há vários dias não há papel nos banheiros e falta até mesmo água potável na redação, pois o abastecimento foi cortado. A empresa tem sido abastecida eventualmente por caminhões-pipa. Outra irregularidade apontada é a contratação de estagiários “PJ”, uma vez que o jornal está devendo ao Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) e teve o contrato cancelado.

A direção da empresa recebeu representantes do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo na semana passada, mas não apresentou uma solução para os problemas enfrentados.

O Sindicato está preparando os trâmites legais e comunicará à empresa, na terça-feira, com 48 horas de antecedência, a posição da categoria.

Com informações do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo