Jornalistas europeus preparam dia de protesto

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Diversas organizações dos jornalistas preparam, para 5 de novembro, um dia de protesto em todas as capitais européias. Convocado pela Federação Européia de Jornalistas (FEJ), com apoio da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), o movimento pretende evidenciar e combater pressões políticas, precarizações nas relações de trabalho e a influência do poder econômico, que prejudicam o exercício do jornalismo com qualidade.

Em mensagem encaminhada para a FENAJ na semana passada, onde saudou a posse da nova direção da entidade, o presidente da FIJ, o inglês Jim Boumelha, comentou a situação que os jornalistas enfrentam a nível mundial. “Estes realmente são tempos difíceis e desafiadores para todos nós. Hoje ao redor 10 mega-conglomerados dominam a economia e a informação global”, criticou.

O presidente da FIJ registra que as transformações na área de comunicação não vem sendo acompanhadas de melhorias nas condições de vida dos trabalhadores do setor. E condena tal situação: “nós estamos vendo em todos lugares cada vez mais convergência de tecnologias, a fusão das esferas de informação públicas e privadas e um sistema de mídia global se expandindo que nos forçam a repensar nossas estratégias. As corporações nos falam que o sistema global novo conduzirá a mais trabalhos e padrões de vida mais altos, mas a realidade é que a globalização está aumentando o buraco entre os ricos e os pobres”.

Entre as dificuldades enfrentadas pelos jornalistas mundialmente, Boumelha aponta a flexibilização e desregulamentação das relações trabalhista, a redução de postos de trabalho, péssimas condições para os profissionais realizarem suas atividades e os atentados à liberdade de imprensa. “Por isso as uniões de jornalistas e associações em quase 40 países europeus farão um dia de protesto em 5 de novembro. Estamos determinados a lutar por trabalhos decentes e defender um jornalismo de qualidade”.

Manifestando solidariedade aos jornalistas brasileiros, Jim Boumelha incitou a categoria a desenvolver ações internacionais conjuntas: “eu tenho toda confiança de que a FENAJ é parte desta briga global, e nossa luta será tanto mais forte sempre que nós juntarmos nossas forças em ações de solidariedade internacional genuínas em defesa dos direitos de trabalhadores”. A FIJ tem entre suas filiadas, entidades representativas de jornalistas de 115 países.

Brasileiros participam de programa internacional
Após 11 anos de execução do Programa de Instrução Sindical Avançado (PISA), a FIJ, através de seu escritório na América Latina, realiza, de 29 de agosto a 1o de setembro, em Buenos Aires, a primeira oficina do Programa de Fortalecimento e Modernização das Estruturas Sindicais (Formes). A FENAJ participará da atividade com três representantes.

O Formes tem como objetivo fortalecer o desempenho de organizações e dirigentes sindicais, através da capacitação permanente e assistência técnica. O Brasil, assim como as demais Federações e Sindicatos Nacionais da América Latina, tem direito a indicar três participantes. Os representantes brasileiros no evento serão Ayrton Maciel, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco, Suzana Blass, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, e José Nunes, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul.