Justiça condena Diário de Cuiabá a pagar salários atrasados com multa

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Atendendo reclamação trabalhista ajuizada pelo Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT), a juíza Bianca Cabral Doricci condenou o jornal Diário de Cuiabá a pagar aos trabalhadores da empresa R$ 97.779,00. O valor é referente a quatro meses de salários atrasados e correção monetária. Também no jornal Folha do Estado a situação é crítica e os jornalistas estão em greve devido ao atraso no pagamento de salários. Já em Campinas (SP), uma onda de demissões na Band provocou o protesto de jornalistas e radialistas, que buscam o diálogo com a empresa.

Na ação contra o jornal Diário de Cuiabá, a juíza proferiu a decisão, no último dia 16 de fevereiro, diante do atraso salarial referente aos meses de junho, julho, agosto e setembro de 2011. Assinada pelo advogado Marcos Dantas, a ação foi proposta em nome de 17 jornalistas do Diário de Cuiabá que convivem com o frequente atraso salarial há mais de uma década.

“Esperamos agora que os valores sejam pagos e a condenação executada integralmente, pois a empresa costuma criticar desmandos em outros setores, mas não olha para o próprio umbigo”, afirma Téo Meneses, presidente do Sindjor. O valor inclui multa de 1% ao mês, além da atualização monetária.

Jornalistas da Folha do Estado fazem greve
O Sindicato dos Jornalistas também ajuizou reclamação trabalhista contra a Folha do Estado por conta dos repetidos atrasos salariais. A ação ainda aguarda julgamento. Os jornalistas da empresa estão em greve há mais de uma semana devido ao atraso salarial das folhas de pagamento dos meses de dezembro e janeiro de repórteres e editores. A greve foi iniciada na quarta-feira passada (22), após o não cumprimento do cronograma proposto pela própria empresa, que havia se comprometido a quitar os atrasados parceladamente até o dia 17 de março.

Demissões e instabilidade na Band de Campinas
Os trabalhadores da Rádio e TV Bandeirantes de Campinas estão vivendo momentos de grandes dificuldades, em um clima de insegurança provocado por demissões e terrorismo. Em defesa dos trabalhadores, os Sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas de São Paulo desenvolvem ações conjuntas. No dia 16 de fevereiro cobraram uma posição da empresa, que, em uma reunião pouco produtiva com representantes do setor de Recursos Humanos, negou a quantidade de demissões e afirmou que o fato faz parte de um “processo de reestruturação” de programação, sem informar como será dada continuidade a este processo e quais as suas conseqüências para os trabalhadores.

No dia 24 de fevereiro os dois sindicatos, com o apoio da FENAJ e da Fitert, realizaram um ato de protesto em frente à sede da empresa em Campinas. As entidades aguardam nova reunião com a empresa, agora envolvendo também a direção de programação, até 06 de março. Caso isso não ocorra, será solicitada uma mesa redonda junto ao Ministério do Trabalho.