Negociações dos jornalistas têm ritmos diferenciados

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not027Em São Paulo os jornalistas iniciaram as negociações 2005/2006 entregando, na semana passada, a pauta dos assessores de imprensa ao Sindicato patronal. No Ceará a categoria espera avanço na oitava reunião com as empresas nesta terça-feira. Já no Paraná, a intransigência dos donos da mídia paralisou o diálogo. Em realidades diferentes, prossegue a luta dos sindicatos para preservar os direitos dos jornalistas.

SJSP entrega pauta dos assessores de imprensa ao Sinco
Em reunião no dia 21 de setembro, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo entregou ao Sindicato Nacional das Empresas de Comunicação Social (Sinco) a pauta de reivindicações dos jornalistas que trabalham em empresas de assessoria. Entre as reivindicações constam recomposição salarial de 8,7% (aí incluídos reajuste da inflação do período e aumento real), piso de R$ 2mil e manutenção da data-base em 1o de outubro.

O presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, participou da reunião onde um dos assuntos tratados foi a possibilidade de se iniciar uma negociação de âmbito nacional entre a FENAJ e o Sinco, para assegurar direitos aos jornalistas que trabalham em agências de assessoria em todo o país. A próxima rodada de negociação será no dia 5 de outubro, quando o Sinco deverá trazer uma resposta à pauta apresentada pelos jornalistas de São Paulo.

Já para os segmentos de Jornais e Revistas da Capital, Jornais e Revistas do Interior e Rádio e TV, haverá sessões da assembléia permanente de Campanha Salarial paulista para definir as respectivas pautas de reivindicações entre os dias 3 e 14 de outubro.

Jornalistas do Ceará esperam chegar a acordo com patrões nesta terça-feira
Uma manifestação em frente à Ceará Rádio Clube – onde funciona o sindicato patronal – marcou a campanha salarial dos jornalistas do Ceará no dia 20 de setembro. Palavras de ordem, músicas e um abacaxi gigante foram utilizados para protestar contra o reajuste de 4,26% que os jornais O POVO e Diário do Nordeste ofereceram aos seus jornalistas. O ato contou com o apoio de representantes da FENAJ, Associação Cearense de Imprensa (ACI), dos sindicatos dos telefônicos, têxteis, servidores da Prefeitura de _ortaleza, metalúrgicos, servidores da Educação e da Cultura do Estado e municípios cearenses, além de estudantes do curso de Jornalismo da Faculdade Integrada do Ceará (FIC).

Após a manifestação foi realizada a sétima rodada de negociação, onde as empresas apresentaram um “novo percentual de reajuste”: 4,59%. E ainda propuseram redução de outras conquistas, como diárias de viagem. Na tentativa de fechar um acordo, a comissão de negociação dos jornalistas apresentou um percentual de 6%, que cobriria a inflação dos últimos 12 meses e garantiria um ganho real à categoria. Os representantes patronais comprometeram-se a trazer uma resposta na oitava rodada de negociações, que acontece nesta terça-feira, dia 27 de setembro.

Intransigentes, patrões querem instituir piso diferenciado no Paraná
Ao contrário do sempre esperado avanço nas negociações, a campanha salarial no Paraná teve um retrocesso. As conversações foram paralisadas no segundo encontro entre representantes dos jornalistas e dos patrões, no dia 20 de setembro. Isto porque os empresários propuseram a instituição de um piso salarial menor para os profissionais que atuam fora de Curitiba. E ainda colocaram uma condicionante: não aceitam negociar qualquer outro item da pauta de reivindicações antes de discutir um piso diferenciado.

Os Sindicatos dos Jornalistas do Paraná e de Londrina recusaram-se a discutir a deterioração salarial da categoria e avaliam que a proposta patronal oferece o risco de demissões. Mas reafirmaram a disposição em chegar a uma solução negociada. “Esperamos que os empresários reflitam e entendam que um acordo se faz com negociação, não com imposições”, afirmaram as entidades em nota pedindo a reabertura do diálogo democrático.