Nota do Sindicato dos Jornalistas do Piauí

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Em defesa da liberdade de imprensa

Embora não prosperem nos tribunais superiores, os processos contra jornalistas são recorrentes nos tribunais estaduais. É uma forma de intimidar o profissional de comunicação e impedir o livre exercício da profissão.

Impedir o jornalista de trabalhar representa um atentado à liberdade de imprensa e, em consequência, um atentado à própria democracia, pois se tenta negar à sociedade o sagrado direito à informação.

As duas mais recentes vítimas da intolerância, aqui no Piauí, foram as jornalistas Nayara Felizardo, do Portalodia.com, e Renayra de Sá, do Portal Az. As duas estão sendo processadas pelo promotor Francisco Raulino pelo simples fato de terem feito matérias dando conta do pedido de arquivamento do processo contra o médico Felizardo Batista, acusado de molestar pacientes durante as consultas.

As duas jornalistas produziram matérias informativas, sem emitir opinião, e procuraram ouvir todos os envolvidos no caso, como determina o Código de Ética do Jornalismo Brasileiro.  É assim que se faz o bom jornalismo.

Se alguém emitiu juízo de valor sobre o caso envolvendo o médico Felizardo Batista foi a delegada Carla Brizzi, que se manifestou contrária ao pedido de arquivamento do processo e acusou o promotor Francisco Raulino Neto de não ouvir uma testemunha-chave no processo.

O promotor, procurado pela reportagem dos dois portais, se recusou a dar a sua versão dos fatos alegando que não fala sobre processo ainda em andamento.

Feitos esses esclarecimentos, a diretoria do Sindjor-PI manifesta aqui o seu mais veemente repúdio contra a decisão do promotor Francisco Raulino Neto de processar as duas jornalistas, que não fizeram mais que cumprir a nobre missão de manter a sociedade bem informada.

A assessoria jurídica do Sindicato vai acompanhar de perto esse caso e fazer um relato à Fenaj e às entidades nacionais e internacionais de defesa da liberdade de imprensa.

A Diretoria