Novo desafio é fazer com que o código seja cumprido

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A tarefa de atualização do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros foi longa e árdua. E expressa o desejo da categoria e da sociedade de que o exercício do Jornalismo se dê com responsabilidade, qualidade e respeito à pluralidade e ao interesse público. Agora vem o desafio maior de fazer com que o Código seja respeitado e cumprido. Os jornalistas e professores Francisco Karam e Adísia Sá , ex-integrantes da Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas, fazem um balanço deste processo e falam de suas expectativas sobre o exercício do jornalismo com ética.

Para Adísia Sá não houve alterações substanciais na essência do Código de Ética, mas sim adequações e atualizações para a nova realidade do Jornalismo. “Isso mostra que não estávamos caducos e que o código lançado há 20 anos é consistente”, avalia.

Adísia não poupa elogios ao processo desenvolvido pela FENAJ e Sindicatos de Jornalistas. “O debate da ética no jornalismo em Congressos e conferências democráticos e ainda com uma consulta pública foi uma demonstração de abertura e vontade da categoria de exercer a profissão com dignidade e responsabilidade”, avalia, considerando que esta experiência desenvolvida pelos jornalistas é um exemplo a ser seguido por outras categorias profissionais.

Já Francisco Karam lembra que um código de ética não é um conjunto de princípios inatingíveis. “Nesta atualização do Código de Ética as reformulações se deram dentro do limite do possível. Nosso código não faz mágica, ele é uma bússola para orientação dos profissionais”, disse.

Recuperando que os códigos servem de referência para a atuação profissional com ética, Karam espera que o esforço desenvolvido tenha correspondência social: “nossa torcida é de que este Código tenha eficácia, que a categoria reflita sobre ele, o cumpra, e de que a sociedade utilize-se dele”.