
Com mais de dois meses de salários atrasados e dois anos de atraso nos repasses do FGTS e INSS, os profissionais do operacional e jornalismo da TV Catarina, de Florianópolis, decidiram paralisar suas atividades por tempo indeterminado.
Dia 14 de março, eles receberam do diretor de Conteúdo e Programação da emissora, Gregório Silveira, a informação de que não havia nem expectativa de pagamento dos salários atrasados. Sem nenhuma proposta ou prazo para regularizar a situação, os profissionais decidiram pela greve.
Na segunda-feira, 19, eles voltaram a se reunir na empresa, com a presença de representantes do Sindicato dos Radialistas e do Sindicato dos Jornalistas, em busca de um posicionamento da direção. Sem nenhuma proposta patronal, os trabalhadores aprovaram a continuação da paralisação e foi eleita uma comissão para encaminhar o movimento.
A pedido do diretor de Conteúdo e Programação, os empregados decidiram não fechar exibição (que coloca a programação no ar) até sexta-feira, para que ele possa negociar com a direção. Nova assembleia acontecerá na sexta-feira, 23, às 9h.
Ré e reincidente
Em julho do ano passado, a antiga Band SC demitiu 27 profissionais, reduzindo o pessoal na matriz, em Florianópolis, e fechando diversas regionais. A grande maioria dos demitidos ainda não recebeu as verbas rescisórias. Recentemente o Ministério Público do Trabalho recebeu denúncia anônima de que trabalhadores que reclamaram da situação dramática que vivem foram ameaçados de demissão. “Não sei mais onde vão demitir, com o quadro mínimo que a empresa tem hoje”, disse um funcionário.
A emissora é ré em uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) a partir de denúncia do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina. Além de atrasos recorrentes em salários, férias e outras obrigações trabalhistas, a empresa é acusada de fraude nos contratos de trabalho, ao registrar todos os seus profissionais de jornalismo como radialistas.
Além da regularização dos profissionais e do pagamento correto de salários e férias, o Procurador do Trabalho, Acir Alfredo Hack, pediu multa por dano moral coletivo de R$ 1 milhão de reais. O caso está no Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região e teve audiência de instrução e julgamento, com oitiva de testemunhas, em fevereiro.
Fonte: SJSC.