O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e a Federação Nacional dos Jornalistas manifestam sua solidariedade ao jornalista Allan de Abreu, do Diário da Região, de São José do Rio Preto, indiciado por “quebra de segredo de justiça” crime ao qual, supostamente, teria incorrido ao publicar matérias sobre corrupção nas fiscalizações realizadas pelo Ministério do Trabalho na região. O caso estava sob investigação da Polícia Federal por meio da chamada operação Tamburutuca.
O procurador da República, Álvaro Stipp, ao cumprir sua função de investigar agentes públicos que tenham desrespeitado o sigilo de Justiça, o qual, por dever de ofício deveria respeitar, não pode atingir a liberdade de imprensa.
Ao jornalista, cujo dever é informar ao cidadão, cabe julgar a importância da informação a qual teve acesso e, no caso de sua relevância, divulgá-la para amplo conhecimento e transparência na coisa pública.
Allan de Abreu não pode ser acusado de desrespeitar determinação legal por se recusar a informar sua fonte. O sigilo da fonte, recurso mundialmente reconhecido, tem o objetivo de proteger o jornalista, quem lhe presta informações e o leitor. Caso este princípio seja ignorado, a própria sociedade se verá tolhida em seu direito à informação.
Não é a primeira vez que jornalistas se vêem envolvidos em disputas internas da Polícia Federal onde setores, certamente por não concordarem com o sigilo a que estão submetidos, se utilizam do recurso de “vazar” informações à imprensa.
O Sindicato dos Jornalistas e a FENAJ reiteram sua solidariedade ao jornalista Allan de Abreu e reafirmam a defesa intransigente da liberdade de imprensa e do direito à informação.
São Paulo, 30 de junho de 2011.
Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e FENAJ
