Os recentes processos de demissões em Pernambuco e no Pará geraram protestos dos Sindicatos dos Jornalistas dos dois estados. Com as dispensas anunciadas no dia 28 de fevereiro, o Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) realizou 28 demissões. Já a Rede Brasil Amazônia de Comunicação (RBA) demitiu, no dia 7 de março, mais um dos profissionais que participaram da greve ocorrida em setembro passado. Veja, também, informações sobre o arquivamento da ação contra a jornalista Bárbara Hora, no Espírito Santo, e sobre o 21º Congresso Brasileiro de Estudantes de Comunicação Social (Cobrecos).
No dia 26 de fevereiro a Diretoria de Redação do Jornal do Commercio publicou “comunicado oficial” informando a demissão de onze jornalistas e outros três profissionais do setor administrativo. Somente no caso de jornalistas, as dispensas no SJCC começaram com os quatro correspondentes do portal NE10 da BA, CE, RN e PB, aos quais somaram-se, no mesmo período, outros 13, totalizando 28 profissionais com as demissões anunciadas no dia 26.
“O Sinjope e a Fenaj entendem que se as empresas de comunicação passam por tempos de revisão de projetos de negócios, não é pela banalização das demissões que encontrarão uma solução”, afirmou o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco em nota oficialna qual repudiou as dispensas e solidarizou-se com os jornalistas demitidos “contra mais esse mau exemplo baseado no exercício de uma visão tosca pela qual donos e gestores das empresas comemoram seus lucros e os trabalhadores pagam pelos maus resultados”.
Já o Sindicato dos Jornalistas do Pará classificou a Rede Brasil Amazônia de Comunicação (RBA) como campo de perseguição e assédio moral. No dia 7 de março, a empresa demitiu o repórter fotográfico Thiago Gomes, do Diário do Pará, 14° dos demitidos após a greve dos jornalistas em setembro de 2013, vítima de retaliação, um dia após a demissão da jornalista Iaci Gomes.
“O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) considera uma afronta o desligamento dos trabalhadores que bravamente iniciaram a greve vitoriosa. As sanções e pressões arbitrárias praticadas contra os trabalhadores, sobretudo os que reivindicam seus direitos, não passam de uma tentativa de calar a voz dos que lutam por melhores salários e condições dignas de trabalho”, diz a nota oficial da entidade, que reforçou seu apoio jurídico aos trabalhadores demitidos.
Justiça arquiva inquérito contra jornalista capixaba
Em despacho proferido no dia 27 de fevereiro, a juíza Rachel Durão Correia Lima acatou solicitação do Ministério Público Estadual do Espírito Santo e determinou o arquivamento da proposta de ação penal contra a jornalista Bárbara Hora, presa arbitrariamente pela Polícia Militar quando filmava manifestação popular em julho do ano passado, no centro de Vitória e enquadrada nos artigos 330 e 331 do Código Penal sob a alegação de desacatado e desobediência as ordens da Polícia Militar. “A decisão da justiça capixaba preserva o estado democrático de direito do país e confirma a liberdade de expressão e de trabalho dos jornalistas brasileiros”, avalia a coordenadora geral do Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo, Marília Poletti.
Vitória sedia o 21º Cobrecos
Iniciado no dia 15, prossegue até 22 de março, na Universidade Federal do Espírito Santo, o 21º Congresso Brasileiro dos Estudantes de Comunicação Social (Cobrecos). A FENAJ esteve representada pelos seus diretores Suzana Tatagiba e Douglas Dantas, junto com a coordenadora geral do Sindijornalistas/ES, Marília Poletti, que durante as atividades de abertura, foram convidados a falar sobre Precarização do Mercado de Trabalho. Durante o bate-papo com os estudantes, os diretores da FENAJ reforçaram a atuação da entidade em defesa dos profissionais, as principais lutas e a forma de atuação dos sindicatos da categoria.