A Unidade de Coordenação de Projetos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (ONU/FAO) lançou, nesta quinta-feira (2), em Florianópolis, o 1º Prêmio Agricultura Familiar de Jornalismo. O evento contou com as presenças do secretário de Agricultura e Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, do oficial da ONU/FAO para a Região Sul do Brasil, Carlos Biasi, e do presidente da FENAJ, Celso Schröder.
O ano de 2014 foi eleito pela ONU como Ano Internacional da Agricultura Familiar e o Prêmio pretende incentivar e divulgar a colaboração da agricultura familiar no desenvolvimento econômico e social da região sul. O lançamento aconteceu na sede da Secretaria da Agricultura e da Pesca de SC e contou, também, com as participações do presidente do Sindicato dos Jornalistas de SC, Aderbal Filho, e do coordenador do prêmio, o jornalista Mário Milani.
O Prêmio Agricultura Familiar de Jornalismo irá distribuir R$ 54 mil para as melhores reportagens sobre agricultura familiar publicadas em veículos de comunicação dos três estados do sul nas categorias mídia impressa (jornais e revistas), mídia digital (sites e blogs) e eletrônica (Rádio e TV).
Podem concorrer jornalistas dos três estado do sul do Brasil, com matérias publicadas entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2014. A premiação acontecerá em cerimônia em Curitiba em março de 2015. Mais informações sobre o regulamento e inscrições estão disponíveis no site www.premioagriculturafamiliar.jor.br.
O oficial da ONU/FAO para a Região Sul do Brasil, Carlos Biasi, justificou a iniciativa pela importância que a temática da segurança alimentar adquire em nível mundial. O direcionamento do prêmio para a região sul do Brasil, segundo ele, deve-se ao fato de que é nesta região que se concentra grande parte da produção nacional caracterizada como agricultura familiar. E pela repercussão que o prêmio já vem tendo – já foi lançado no Paraná e Rio Grande do Sul -, adiantou que a intenção é ampliá-lo futuramente para toda América Latina.
Celso Schröder, presidente da FENAJ, destacou que a entidade e os quatro Sindicatos de Jornalistas da região apoiam a iniciativa porque ela se identifica plenamente com as políticas da Federação e a defesa do exercício regular da profissão. “O tema é relevante, o prêmio foi elaborado democraticamente com a participação dos jornalistas e os critérios levam em conta o exercício profissional pleno”, disse reforçando que o jornalismo é imprescindível na mediação da informação correta para a sociedade.
Já o secretário da Agricultura de Santa Catarina, Airton Spies, sustentou que o tema é de extrema relevância para o estado, onde a agricultura familiar tem grande destaque social e econômico. Segundo ele, Santa Catarina conta com 195 mil propriedades rurais economicamente ativas, destas 90% tem menos de 50 hectares, ou seja, são consideradas de agricultura familiar. “Um dos grandes desafios que temos pela frente é manter a atratividade do campo para que os jovens não abandonem as propriedades rurais e a valorização das pessoas que vivem da agricultura faz parte desse esforço”, disse.
Segundo a ONU, o ano internacional da agricultura familiar será uma oportunidade de realçar o papel estratégico desse setor no desenvolvimento agrícola e rural. No Brasil são 5,4 milhões de propriedades rurais, sendo que 4,3 milhões são classificados como agricultura familiar. São esses pequenos agricultores que respondem pela produção de aproximadamente 70% dos alimentos da cesta básica brasileira.