Grampo na Folha gera protestos

722

A quebra de sigilo de um telefone da sucursal de Brasília da Folha de São Paulo, autorizada pela Justiça a pedido da Polícia Federal, provocou a reação de diversas entidades e autoridades. Divulgado pelo jornal no dia 9 de novembro, o caso reascendeu o debate sobre o monitoramento da atividade jornalística e os excessos do judiciário. O Secretário-geral da FENAJ, Celso Schröder, destaca que o direito à livre expressão e o sigilo da fonte são garantias constitucionais.

Segundo a Folha, o pedido feito pela PF em 24 de setembro e autorizado pela Justiça incluiu 168 números que se comunicaram com envolvidos no escândalo do dossiê envolvendo tucanos e petistas. Representantes do jornal afirmaram que o princípio constitucional do sigilo de fonte foi ferido. Já a Polícia Federal justificou que desconhecia que os telefones fossem do jornal, e que não teve a intenção de investigar procedimentos jornalísticos.

Para o Secretário-geral da FENAJ, Celso Schröder, o direito à livre expressão e o sigilo da fonte são garantias constitucionais que não podem ser ignoradas. “As relações entre o profissional de imprensa e as fontes já são complicadas, mas quando há ameaça de quebra de sigilo a situação se agrava”, disse. Conforme Schröder, as constantes ações na Justiça para investigar jornais e jornalistas são preocupantes. “Nós jornalistas não estamos acima da lei, mas não queremos ficar abaixo dela, portanto qualquer abuso é repudiável”, protestou.