* Márcio Rodrigues No dia 07 de abril de 2011, comemoramos mais um Dia Nacional do Jornalista. Muitos diriam, não sem razão, que não temos algo a comemorar, mas sim a lamentar. Discordo! Por uma única razão: todo jornalista que se preza nunca desiste de buscar, por meio de seu ofício – quando praticado com honestidade e honradez -, desfazer os nós que insistem em transformar a vida nesse Planeta num emaranhado de mal entendidos, descambando para que poucos se locupletem, em detrimento da grande maioria. Nosso ofício intelectual e mundano aponta para a necessidade de trabalharmos (como trabalhadores que somos) para o bem de nossa comunidade, bairro, cidade, região ou nação, buscando sempre o ideal da justiça social e a igualdade entre as pessoas. Apesar do golpe impetrado por um punhado de pretensos empresários bem sucedidos que desejam seguir mandando na ferramenta primordial da democracia, que é a liberdade de expressão ou o direito de se exprimir livremente, seguimos nossa batalha por manter a cabeça erguida e olhando para nosso labor como um meio de mudar o mundo para melhor: um mundo mais tolerante e menos perverso. O assalto desferido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra os trabalhadores jornalistas no Brasil, ao declarar que a exigência do diploma feriria o preceito constitucional da liberdade de expressão, nada mais foi que uma derrota menor na batalha que nos espera para que reconquistemos a dignidade de nossa profissão – resgatando essa exigência de formação superior – por meio da pressão no legítimo fórum que é o Congresso Nacional. A partir do Dia do Jornalista devemos ter clara a nossa tarefa de pressionar os parlamentares que nos representam como cidadãos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, a aprovar as duas Propostas de Emenda Constitucional que tramitam nas duas casas legislativas, e resgatam a dignidade dos Jornalistas brasileiros. Esse é o ponto de partida para a garantia de um jornalismo de qualidade. Nosso dever, portanto, é trabalhar pelo pronto restabelecimento da regulamentação, colocada em prática a partir de 1969, mas que tem como ponto de partida o ano de 1918, quando houve o primeiro Congresso Nacional de Jornalistas e que, àquela época, já havia direcionado nossa luta para que se exigisse uma formação específica e que se desse fim aos jornalistas picaretas que utilizavam sua posição como ponto de partida para ganhos pessoais e benesses. Profissionalizar qualquer atividade é uma obrigação. É uma evolução natural de qualquer profissão. Desregulamentar é abdicar do esforço de melhorar a qualidade profissional de uma classe. A partir de regramento claro a todos e necessário para dar fim às falcatruas geradas por interesses menores, é que devemos lutar por exigir a formação superior para o exercício de nossa profissão. Viva o dia 07 de abril, viva o dia do Jornalista Profissional, o responsável por ser, para o conjunto da sociedade seus olhos, sua boca e seus ouvidos. Não somos o quarto poder: somos um contrapoder. O dono da empresa onde trabalhamos não é nosso verdadeiro empregador. É um mero intermediário entre o público e o direito à informação e nossa atividade de interesse de todos os cidadãos. *Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná e jornalista por formação
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