Conhecido como “repórter Zeca”, o apresentador José Carlos Stachowiak, do programa policial RP2, veiculado de segunda a sexta-feira pela TV Vila Velha, canal a cabo de Ponta Grossa (PR), ameaçou e agrediu verbalmente um estudante no programa exibido no dia 31 de março. O Sindicato dos Jornalistas do Paraná repudiou os atos cometidos pelo apresentador, que não tem formação superior em Jornalismo.
No programa do dia 31, Zeca proferiu ameaças e agressões à honra de Lucas Nobuo Waricoda, estudante de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), contrariado com um texto de críticas que o acadêmico fez ao programa RP2, para uma atividade do curso, e que foi veiculado no blog Crítica de Ponta. No trecho mais absurdo de sua fala (no vídeo, a sequência entre 7’50” e 8’03”), “repórter Zeca” afirma, que “arrebentaria” Lucas. A conduta criminosa é ainda demonstrada com repulsivas injúrias a Lucas e aos pais do estudante, bem como ao conjunto dos jornalistas e aos acadêmicos da UEPG.
No texto do estudante, postado no blog Crítica de Ponta, estava colocado um espelho da verdade: “O programa ‘RP2’ é um dos exemplos do que há de mais sensacionalista na mídia dos Campos Gerais. Apresentado pelo ‘repórter policial’ Zeca, o programa trata os assuntos com linguagem chula e extremamente coloquial”.
Confirmando tal crítica, e exacerbando criminosamente, o “repórter policial” atacou o estudante ameaçando que o agrediria fisicamente, desferiu impropérios contra seus pais, ampliou a agressão aos estudantes do curso de Jornalismo da UEPG e, para completar o exemplo de incompetência para o exercício de sua função, supôs-se acima da lei. “Se você quiser, vai lá amanhã e dê queixa. Por que, se eu te pegar, você está ferrado. Se acontecer alguma coisa com você hoje, fui eu que te peguei”, disse.
“Se a situação criada é lastimável, também é exemplar. Afinal, Zeca reproduz em toda a linha aquilo que o Sindicato dos Jornalistas vem denunciando há tempo: sem a necessidade da formação superior em Jornalismo, a sociedade brasileira pode se ver cerceada pela informação fragmentada e de baixo nível, bem como pela falta de isenção e de rigor no trato do conteúdo editorial. O mais grave, no entanto, nesse momento, são a humilhação imposta e a dor gerada pelo ato covarde de agressão verbal e ameaças a Lucas – com repercussões cíveis e criminais”, registrou o Sindicato dos Jornalistas do Paraná. A entidade colocou sua assessoria jurídica à disposição do estudante, assim como a UEPG, e informou que requereria da TV Vila Velha informações sobre o programa a fim de avaliar todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis no caso.