Nesta semana os jornalistas de Rádio e TV do município do Rio de Janeiro e os jornalistas do Rio Grande do Norte aprovaram acordos para suas campanhas salariais. Saiba mais, ainda, sobre a intimidação de um PM contra uma equipe de jornalismo da TV UFG, o pedido de demissão de uma repórter do jornal A Tarde, após a censura de trechos de sua entrevista com Ivete Sangalo, a tentativa de seguranças do Hospital Geral de Fortaleza de impedir o trabalho de uma jornalista que denunciava superlotação na instituição e sobre o lançamento, no RS, do Guia para Profissionais de Comunicação sobre Aborto.Jornalistas de Rádio e TV do Rio aprovam fechamento de acordo
Em assembleia nesta quarta-feira, dia 30, os jornalistas de rádio e televisão do município do Rio de janeiro aprovaram a contraproposta dos patrões de aumento salarial de 6,55%, retroativo a 1º de fevereiro, data base da categoria. O índice será usado para atualizar as demais cláusulas econômicas para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho de 2011. Entre outras conquistas, além da reposição das perdas de fevereiro de 2010 a janeiro de 2011 e de uma pequena recuperação de perdas anteriores, o segmento obteve aumento das faixas da Participação no Lucro e nos Resultados (PLR) e mudança da redação na cláusula referente ao banco de horas.
No RN campanha salarial é encerrada após 11 rodadas de negociação
Após 11 rodadas de negociação (nove na Superintendência Regional do Trabalho – antiga DRT e duas no Ministério Público do Trabalho), muita luta e mobilização da categoria, o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte fechou o Acordo Coletivo de Trabalho 2010/2011 com as empresas de comunicação do estado. Ficou assegurado um reajuste salarial de 5,5% (o que representa 1% de ganho real) e o piso salarial no Estado passa a ser de R$ 950,00. O reajuste, que incide sobre diárias de viagem, horas extras e outros benefícios, é retroativo a 1º de setembro de 2010 e as diferenças salariais serão pagas em três parcelas.
Sindicato de Goiás cobra da PM providências contra intimidação de equipe da TV UFG
Em nota emitida no dia 23 de março o Sindicato dos Jornalistas de Goiás repudiou a atitude de um integrante da Policia Militar que, no dia 18 de março, agiu de forma intimidatória contra uma equipe de jornalismo da TV UFG que tentava gravar cenas na Praça Cívica, em frente à sede do governo estadual. Além de intimidar a equipe, o policial ainda manteve a repórter em cárcere privado, dentro de uma sala do Palácio das Esmeraldas. A entidade cobra do Comando Geral da PM que abra imediato procedimento acerca do ocorrido, com a punição dos responsáveis e, explicações à sociedade sobre o episódio. “A liberdade de imprensa é um preceito constitucional, cuja bandeira os jornalistas brasileiros sempre empunharam, e não pode, nem deve, ser ameaçada sob qual pretexto for”, conclui o documento.
Repórter se demite do jornal A Tarde após cortes em entrevista com Ivete Sangalo
Nesta segunda-feira (28/03) a jornalista Emmanuella Sombra se demitiu do jornal A Tarde, da Bahia, após o editor-chefe da publicação, Ricardo Mendes, cortar trechos da entrevista da repórter com Ivete Sangalo sobre questões delicadas, como a crise na empresa da cantora e um processo trabalhista de um ex-músico de sua banda.
Em comunicado divulgado na categoria a jornalista explica que não havia recebido qualquer recomendação de seus superiores quanto a restrições de temas com a cantora e que ao ver seu texto censurado pediu ao editor-chefe do jornal que a matéria não fosse assinada. Diante da negativa, demitiu-se. “Se um jornal tem em mãos um material de relevância jornalística e decide não publicá-lo para não correr o risco de ferir suscetibilidades ou atender a qualquer outro interesse que não o de informar, nada mais faz do que pôr em risco a própria credibilidade”, justificou a repórter em seu comunicado. “Da minha, eu não abro mão”, concluiu.
Em tempo 1: Ivete Sangalo será mestre de cerimônias na 20ª edição do “Troféu Dodô & Osmar”, promovido pelo Grupo A Tarde e que será entregue no dia 6 de abril.
Em tempo 2: o jornal A Tarde recentemente recebeu repúdio nacional e internacional ao demitir o jornalista Aguirre Peixoto, que escreveu uma série de matérias sobre crimes ambientais cometidos por empreiteiras com o silêncio do governo estadual. Após mobilizações e paralisações de seus colegas de redação e da intervenção de entidades representativas da categoria, como o Sindicato dos Jornalistas da Bahia e a FENAJ, Peixoto foi readmitido.
Censura: HGF tenta impedir trabalho de jornalista que denunciava superlotação
A jornalista Sílvia Carla Araújo, assessora de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará (Mova-se), ficou uma hora e meia detida por seguranças do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) depois de fazer imagens do setor de emergência daquele hospital na última segunda-feira (21/03). Ela preparava uma matéria sobre as condições de trabalho e atendimento em hospitais públicos do estado e já havia visitado o Albert Sabin. “Eles me colocaram em uma sala e ficaram dois seguranças me vigiando e exigindo que eu entregasse a máquina fotográfica ou apagasse as fotos. Como eu me recusei, eles continuaram me intimidando”, denuncia Sílvia Carla. Segundo a assessora, o Mova-se está recebendo várias denúncias sobre o atendimento que é realizado pelo hospital. “Há pacientes sendo atendidos no chão dos corredores”, afirmou. O Sindicato dos Jornalistas do Ceará repudiou a atitude dos seguranças do hospital, caracterizada como um “claro ato de censura, desrespeito à liberdade de expressão e uma violência contra a trabalhadora no exercício da profissão”.
Guia para jornalistas sobre aborto é lançado no Sindicato do RS
No dia 25 de março as Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro lançaram, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS, o Guia para Profissionais de Comunicação sobre Aborto. A cartilha serve como base para a apuração e publicação de notícias sobre o tema do aborto, com indicação de fontes especializadas, dados estatísticos, legislação e violação de direitos humanos. A atividade foi promovida pela Campanha Ponto Final na Violência Contra as Mulheres e Meninas, e Rede Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, entidades que fazem parte do Fórum Municipal de Porto Alegre, com apoio do Núcleo de Jornalistas Pela Igualdade de Gênero e Núcleo dos Jornalistas Afrobrasileiros do Sindicato dos Jornalistas do RS. Para acesso à versão em PDF do guia, cliqueaqui.