Manifestações em Santos, Campina Grande, Aracaju e Porto Alegre marcaram a semana passada na luta dos jornalistas e da sociedade em defesa do diploma. O presidente do STF, Gilmar Mendes, foi alvo de protestos. A defesa da exigência do diploma para o exercício da profissão ecoou, também, na Jornada Nacional Unificada de Lutas realizada por centrais sindicais e movimentos sociais.
Gilmar Mendes foi recebido sob vaias e intenso protesto por mais de 500 manifestantes em Santos, onde participou da Semana Jurídica na Universidade Santa Cecília. Os seguranças do ministro foram surpreendidos pela manifestação dos estudantes, jornalistas, vários sindicalistas e dos diretores da regional de Santos do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que entraram no plenário, onde ocorreu a palestra, gritando “Fora Gilmar” e distribuindo panfletos. Carro de som, apitos e narizes de palhaço animaram a manifestação.
Já no dia 13, em Campina Grande, mais de 600 pessoas, entre jornalistas, estudantes de Comunicação e secundaristas, professores, sindicalistas e integrantes do Movimento Sem Terra (MST) participaram de um grande ato de protesto contra a extinção da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista promovido pelo Fórum de Luta contra a Desregulamentação das Profissões de Nível Superior, que tem à frente o Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, a FENAJ e a Associação Campinense de Imprensa (ACI). Vestindo roupas pretas, munidos de apitos, panelas e cartazes, os manifestantes queimaram um boneco representando o presidente do STF. Novo protesto na Paraíba está sendo organizado na cidade de Patos.
Cerca de 200 manifestantes, entre jornalistas, estudantes de jornalismo, sindicalistas, trabalhadores rurais sem terra e trabalhadores urbanos sem teto protestaram contra o presidente do STF na porta do Teatro Tobias Barreto, em Aracaju (SE), na sexta-feira (14), onde ele proferiu palestra. O ato, organizado pelo Sindicato dos Jornalistas de Sergipe, serviu também para fortalecer a campanha nacional “Gilmar Mendes, saia às ruas… e não volte ao STF!”, que pede a saída do ministro do Supremo.
Um esquema foi montado para evitar que o presidente do STF cruzasse com os manifestantes. Ele entrou por um acesso nos fundos do teatro. “Quem disse que toda a sociedade está insatisfeita com essa decisão? Vocês não representam toda a população. Calcem as sandálias da humildade, por favor”, disse Mendes em coletiva à imprensa, após perguntas sobre a decisão de acabar com a exigência do diploma.
Com o lema “Os trabalhadores não vão pagar pela crise”, centenas de capixabas participaram, na sexta-feira (14), da Jornada Nacional Unificada de Lutas em Vitória (ES). Os jornalistas marcaram presença na manifestação e defenderam a exigência da formação superior em jornalismo para o exercício da profissão e a realização da Conferência Nacional de Comunicação. A jornada, organizada por centrais sindicais e movimentos sociais, contou com atividades em várias cidades do País, tendo como bandeiras o combate à crise econômica, o desemprego, a defesa da reforma agrária e da Conferência Nacional de Comunicação.
Em Porto Alegre, no dia 15, onde proferiu palestra na Escola Superior da Magistratura, o ministro foi recepcionado por um grupo de jornalistas portando faixas e cartazes em favor da profissão e contra a decisão do STF. Depois da palestra, Mendes aceitou receber a comissão de jornalistas, liderada pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, José Maria Nunes, que cobrou do ministro a publicação do acórdão com a decisão do STF e que este documento estabeleça critérios para o exercício da profissão, já que a partir da decisão do STF qualquer pessoa, sem qualquer formação, pode exercer o jornalismo.