Onze organizações de liberdade de imprensa lançaram, nesta segunda-feira (6/05), a Coalizão em Defesa do Jornalismo durante sessão do Conselho de Comunicação Social do Senado (CCS), em Brasília. As entidades já vêm atuando em conjunto para incidir sobre temas de defesa dos jornalistas nos últimos dois anos, quando a liberdade de imprensa estava sob forte ataque diante do calor das eleições presidenciais.
O lançamento da Coalizão foi anunciado por Bia Barbosa (foto), da Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Ela explicou que a iniciativa nasceu a partir do trabalho conjunto dessas 10 organizações, que se tornou mais sistemático a partir de 2022, por entender que períodos eleitorais “são momentos em que a violência contra jornalistas e comunicadores se amplia e havia uma perspectiva muito grande que se confirmou a partir das nossas medições”, lembrou a jornalista, destacando a escalada de violência.
Bia Barbosa destacou que a atuação da coalizão não se restringe à proteção de jornalistas e comunicadores. “Tem a ver com a garantia de um sistema plural e diverso; um ecossistema midiático informacional e democrático; tem a ver com garantir que as trabalhadoras e os trabalhadores do jornalismo não sofram assédio judicial por exercerem a sua profissão; tem a ver com o debate público e a credibilidade que uma sociedade dá ou não aos meios de comunicação em geral”, pontuou.
Samira de Castro, presidente da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), e Patrícia Blanco, do Instituto Palavra Aberta e vice-presidente do CCS, estavam presentes e reforçaram a importância de defender a liberdade de imprensa. Samira destacou que, apesar de a situação de violência contra jornalistas e contra o jornalismo ter registrado uma melhora no último ano, “o Estado brasileiro precisa olhar para os jornalistas de forma mais eficiente”.
A sessão do CCS celebrou o 3 de Maio, importante marco para o Jornalismo. “Comemorar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa não é apenas lembrar uma data, mas também um convite para que todos façamos uma união em defesa do jornalismo como fundamental na defesa da democracia”, afirmou Patrícia Blanco.
Para Samira de Castro, “o espírito 9da Coalização) é esse, o de unir esforços e experiências para fortalecer o campo do jornalismo, um pilar da democracia”.
Para a presidente da Abraji, Katia Brembatti, o papel da coalizão já vem sendo e será muito importante nas ações tanto com o Poder Público como com a Justiça e a sociedade. “É uma união de forças de organizações que já são parceiras há anos, mas que agora atuam de forma coesa, em busca de objetivos comuns, ampliando assim o alcance das ações.”
As entidades que compõem a Coalizão são:
Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)
Ajor (Associação de Jornalismo Digital)
Intervozes (Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação)
CPJ (Comitê para a Proteção de Jornalistas)
Fenaj (Federação Nacional de Jornalistas)
Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação)
RSF (Repórteres Sem Fronteiras)
Assista à Reunião do Conselho de Comunicação Social AQUI
Com informações da Abraji e da Jeduca