A comunicação é uma coisa muito importante para ser confiada apenas aos “donos da mídia”, diz o jornalista Edgard Rebouças, parafraseando o colega francês George Clemanceau (em citação de 1910: “La guerre! C’est une chose trop grave pour la confier à des militaries”). Tampouco deve ficar exclusivamente nas mãos do Estado, complementa. O atual momento político/eleitoral brasileiro é de aproveitar a próxima leva de parlamentares que assumirá em 2011 para fazer um trabalho de esclarecimento quanto à necessidade de um marco regulatório para as comunicações.
Professor da Universidade Federal do Espírito Santo, Rebouças avalia, em entrevista ao Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que os radiodifusores brasileiros adotam uma estratégia equivocada ao tentarem manter “seus castelos de areia com vista eterna para o mar”. Para ele, a anomalia provocada por Sarney e Antônio Carlos Magalhães entre 1985 e 1988, com a distribuição das 1.028 concessões de rádios e TVs, está com os dias contados. “Serão engolidos mais cedo do que pensam”, prevê.
De acordo com Rebouças, um novo marco regulatório para o setor, com características democratizantes, precisa estabelecer a criação de um Conselho Nacional de Comunicação, inclusive com instâncias regionais; a criação de observatórios de mídia no âmbito das universidades federais, envolvendo o maior número possível de atores sociais e a inclusão de conteúdos de educação para a mídia nos currículos escolares de nível fundamental.
A íntegra da entrevista está disponível aqui.