Diretor da FENAJ critica verticalização nas decisões sobre a TV Brasil

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A possível indicação do economista Luiz Gonzaga Belluzo para a presidência da TV Brasil e rumores quanto a demissões com a fusão da Radiobrás e TVE agitaram os debates em torno da TV pública que o governo pretende criar. O 1º Vice-Presidente da FENAJ, Celso Schröder acompanha os movimentos do governo com olhar crítico.

Já é dada como favas contadas a indicação de Belluzzo para presidir o Conselho Gestor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que surgirá da fusão das estruturas da Radiobrás com a TVE. O acerto teria ocorrido em reunião que ele teve com o presidente Lula, no dia 5 de setembro, onde pediu autonomia para indicar conselheiros e garantia de um orçamento fixo para a rede pública. Em matéria publicada na Folha de São Paulo foram, inclusive, apontadas algumas personalidades do meio cultural que Belluzzo pretende convidar para integrar o Conselho.

Para o 1o Vice-Presidente da FENAJ e coordenador do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Celso Schröder, a “verticalização” que o governo vem demonstrando na tomada de decisões sobre a TV Brasil tira a dimensão pública que entidades e movimentos sociais defendem que a nova estrutura deva ter. “Continuamos defendendo a necessidade de democratização da comunicação e de fortalecimento da TV pública, mas um formato de gestão a partir de decisões verticais e de composição do Conselho com personalidades não tem nosso apoio”, critica.

Demissões
A possibilidade de demissões em massa de funcionários da Radiobrás e TVE em função da fusão das duas empresas para criação da EBC foi levantada pelo jornal O Dia, do Rio de Janeiro, no dia 4 de setembro. No dia seguinte, a jornalista Neise Marçal, representante dos trabalhadores da TVE, enviou um e-mail expressando a preocupação dos funcionários ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Franklin Martins. Também em resposta por e-mail, o ministro negou que haverá demissões em massa.