Edital do Sinjorba é publicado com anúncios de sexo pelo Jornal Correio da Bahia

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O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) vem a público protestar contra a publicação de um edital desta organização sindical no Jornal Correio da Bahia na página “encontros pessoais” (prostituição) do caderno de classificados da edição de 28.11.2014. A atitude configura uma prática antissindical e desrespeito a uma entidade que tem 65 anos de fundação e atividade em defesa da categoria dos jornalistas no estado da Bahia.

Ao longo deste período, diversas direções do Sinjorba enfrentaram inúmeros períodos de exceção, nos quais o sindicato foi fechado, mantido sob intervenção, mas nunca desrespeitado em sua condição de representante dos jornalistas, posição autorizada e reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, pelo Ministério Público do Trabalho, mantendo atividades conjuntas e solidárias com OAB, ABI, Fórum “A Cidade é Nossa” e os demais 30 sindicatos de jornalistas do país, com a Federação Nacional dos Jornalistas, e entidades internacionais de classe.

É lamentável que a direção da empresa Correio da Bahia mantenha em cargos de decisão funcionários com postura inadequada para tratar de assuntos tão sérios.
A direção do Sinjorba vem encontrando grande dificuldade para negociar acordos coletivos com o Jornal Correio da Bahia nos últimos anos, desde que os jornalistas da redação passaram a contestar o pagamento da sexta hora contratual que, juntamente com a implantação do banco de horas, pode significar jornadas de trabalho de mais de oito horas diárias.

Apesar de a empresa ter indicado um negociador profissional para intermediar as conversações nos últimos três anos e ter respondido sempre negativamente às tentativas do Sindicato de melhorar a remuneração e condições de trabalho dos jornalistas da empresa, a relação se mantinha ao menos, respeitosa.

Entretanto, o Sindicato foi surpreendido pelo atraso na publicação de um edital de convocação para assembleia geral de jornalistas do Correio da Bahia a fim de tratar da questão da sexta hora e sua possível judicialização. O edital só seria publicado oito dias após ter sido enviado à empresa, sob alegação de que o documento havia sido encaminhado ao departamento jurídico para “análise”, ainda que a prática figure em cláusula de acordo coletivo há muitos anos.

Para surpresa e revolta da diretoria do Sinjorba, embora em diversas outras páginas da edição tenham sido publicados outros editais, o referido documento do Sindicato foi localizado, com dificuldade, no canto inferior esquerdo da página 26 dos Classificados, abaixo de anúncios de oferta de sexo.

Trata-se de absoluta falta de seriedade por parte da empresa e de seus representantes que, ao colocar o edital na citada página, ensejando interpretação comparativa dos profissionais jornalistas à prostitutos. Com isso, naturalmente, comparam o local onde estes exercem suas atividades a prostíbulos.

É preciso não esquecer que as pessoas passam, mas as entidades permanecem e a direção do Sinjorba pretende continuar a manter a atitude respeitosa diante dos representantes da classe patronal que sempre caracterizou sua atuação.

O Sinjorba divulga este protesto à sociedade baiana, a seus pares e vai buscar a reparação que tem direito por sua atuação séria e correta.

Marjorie da Silva Moura
Presidente do Sinjorba