Veículos de comunicação foram incluídos, nos últimos dias, no rol de vítimas da violência, que se traduziu num incêndio e num ato de censura. No dia 18 de maio, o jornal Imprensa Livre, de São Sebastião (SP), foi agredido por um incêndio criminoso. E no dia 17, o jornal Folha do Amapá teve sua edição eletrônica suspensa por determinação do Tribunal Regional Eleitoral do Estado.
O jornal Imprensa Livre foi invadido por três homens armados às 4 horas da madrugada do dia 18/05. Após renderem e agredirem funcionários que estavam trabalhando, os criminosos espalharam gasolina e atearam fogo em equipamentos e exemplares do jornal que estavam impressos. Segundo testemunhas, os agressores advertiram o jornal a não publicar mais informações sobre o PCC. Suspeita-se, porém, que o incêndio nada tem a ver com a organização criminosa, mas sim com ações a mando de políticos e empresários que divergem da linha editorial do jornal.
Em nota de repúdio ao ataque, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, registra que ao atacarem o local de trabalho de jornalistas, com o objetivo de intimidá-los a não exercerem suas obrigações profissionais, os autores desse ataque ferem não apenas a liberdade de expressão – condição fundamental às liberdades individuais e coletivas mas, também, o sagrado direito ao trabalho.
Censura no Amapá
Já a suspensão da edição eletrônica do jornal Folha do Amapá foi determinada pelo juiz auxiliar Anselmo Gonçalves da Silva, que concedeu liminar ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Na reportagem “Sólida demite, dá calote e someâ€, o jornal registra demissões em massa na empresa. É citada, também, a contradição da Sólida e do governador Waldez Góes (PDT), que anteriormente apontavam a empresa como exemplo de geração de emprego e renda.
O juiz entendeu que a reportagem tinha a intenção de denegrir a imagem do atual governador, que pode ser candidato à reeleição. Para a direção do jornal, o que houve foi censura. Por isso, no dia 19 o jornal Folha do Amapá lançou uma edição de protesto.





