Representantes da FENAJ, FNPJ e SBPJor discutem nesta semana, durante o 6º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, as novas diretrizes e possíveis indicações para o Grupo de Trabalho do Ministério da Educação que realizará uma revisão do currículo dos cursos de Jornalismo. As entidades rejeitam a idéia de um ciclo básico que permitiria o ingresso de profissionais de outras áreas no Jornalismo. O MEC indicou o professor José Marques de Melo para presidir o Grupo de Trabalho.
O 6º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo acontece de 19 a 21 de novembro, na Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo, tendo como tema central “A construção do campo do Jornalismo no Brasil”. A programação completa do evento pode ser conferida aqui. Durante o evento, dirigentes da FENAJ, do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e da Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), promotora do Encontro, definirão posições conjuntas sobre o debate de revisão das diretrizes curriculares dos cursos de Jornalismo, bem como sobre a indicação de nomes para comporem o Grupo de Trabalho proposto pelo MEC.
A idéia é apresentar nomes com reconhecida competência no campo acadêmico e profissional do Jornalismo, capazes de apresentar contribuições para qualificar a formação profissional. Ao mesmo tempo, as entidades buscam indicar pessoas que, embora não terão papel de representação corporativa direta no Grupo de Trabalho proposto pelo MEC, tenham identidade e compromisso com suas lutas.
Dirigentes da FENAJ, SBPJor e FNPJ analisam com preocupação a possibilidade do Grupo de Trabalho representar uma tentativa indireta de retomar propostas contidas no projeto de Reforma Universitária que adormece no MEC. Já em abril de 2005, quando o ministro Tarso Genro ocupava a pasta da Educação, as três entidades apresentaram ao Ministério as“Contribuições do Jornalismo ao Anteprojeto da Reforma Universitária”. No documento foram apresentadas considerações críticas à possibilidade de cursos seqüenciais de curta duração ou de “ciclo básico” propostas principalmente por instituições privadas de ensino.
O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Sérgio Murillo de Andrade, já antecipou posição contrária a possíveis propostas que surjam no GT sobre diretrizes curriculares que interfiram na regulamentação profissional dos jornalistas. Murillo diz que a FENAJ considera passível de debate, além de uma revisão curricular que qualifique mais a formação acadêmica, propostas que contemplem o reingresso de profissionais de outras áreas aos cursos de jornalismo, bem como de reingresso de jornalistas a outras graduações universitárias. “Não aceitaremos em hipótese alguma qualquer proposta que desvalorize a graduação como espaço de formação de jornalistas, num claro prejuízo à sociedade”, ressalva.
Indicação bem recebida
Para o presidente da FENAJ, a indicação do nome do professor José Marques de Melo para presidir o GT do MEC. “Ele é um nome com trajetória longa e respeitável tanto na profissão quanto no meio acadêmico nacional e internacional”, registra Murillo, considerando que sua trajetória na ECA/USP, Universidade Metodista de São Paulo e na Intercom são referenciais importantes. “Marques de Melo tem uma excelente relação com as entidades do campo da comunicação e uma postura coerente e elogiável na defesa da especificidade do jornalismo”, aponta o presidente da FENAJ.
Melo será encarregado pela composição e condução dos trabalhos do GT. A perspectiva é de que o grupo seja indicado até o final de novembro e que apresente, em 90 dias, um parecer ao Conselho Nacional de Educação.