Espancado por médico, jornalista quase perde a vida em Rondônia

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coutinho_3No dia 1º de setembro, o jornalista, diretor do jornal eletrônico “Tudo Rondônia”, foi covardemente espancado pelo médico e ex-diretor do Pronto Socorro João Paulo II, Sérgio Paulo de Mello Mendes Filho. Este foi o mais chocante dos casos registrados de desrespeito ao exercício do Jornalismo no último período. A sucessão de episódios reforça a urgência de medidas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para coibir a violência e a impunidade contra jornalistas.

A violência contra Rubens Coutinho foi tamanha que o profissional quase perdeu a vida e foi internado no Hospital 9 de Julho. Segundo o Sindicato dos Jornalistas de Rondônia, o comportamento agressivo do médico não é recente e ele já ameaçou os editores dos 3 principais jornais eletrônicos de Rondônia e, apesar das denúncias terem sido registradas na polícia, nada foi feito. No dia 3 de setembro, representantes dos veículos de comunicação que atuam em Porto Velho, do Sindicato dos Jornalistas e Associação Rondoniense de Jornalistas cobraram do Conselho Regional de Medicina, policiais, do Ministério Público e do Governo, providências contra o médico.

Jornalista do Portal Minas Livre é agredida por seguranças de candidato
No dia 10 de setembro a repórter Talita Aquino, contratada pelo Portal Minas Livre, foi agredida em frente ao comitê do candidato à reeleição à Prefeitura de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), no bairro Padre Eustáquio. Ela foi espancada por quatro seguranças e teve a máquina fotográfica roubada quando registrava o protesto de cerca de 500 pessoas que exigiam o pagamento de serviços prestados à candidatura. O Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais repudiou a agressão, cobrando providências das autoridades policiais e dos responsáveis pelo comitê do candidato. “A ação truculenta dos seguranças configura um crime contra o direito de trabalho, um delito federal, e atenta contra a dignidade de todos profissionais da imprensa mineira”, registra a nota da entidade.

Repórter e empurrada durante cobertura de irregularidades na prefeitura de Londrina
O Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná denunciou, no dia 3 de setembro, a agressão do filho de um advogado, que, no dia 31 de agosto, empurrou deliberadamente a jornalista Telma Elorza, do Jornal de Londrina, durante a saída de seu pai da sede do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo a entidade, atitude agressiva foi uma tentativa de impedir a jornalista de registrar imagens das pessoas que compareceram ao órgão para prestar esclarecimentos sobre irregularidades constatadas na compra de kits escolares pela Prefeitura de Londrina. “Ressaltamos que é dever do jornalista buscar imagens e informações acerca de todos os fatos de interesse da sociedade, como forma de mantê-la bem informada, independente de quais sejam os envolvidos”, destacou o Sindicato, ao anunciar que tomaria as providências cabíveis para este caso.

Diretora de jornal é agredida em canavial
No dia 1º de setembro, Monize Taniguti, diretora do semanário “O Jornal” de Guairá (SP), foi agredida na Rodovia Assis Chateaubriand, quando transportava exemplares da publicação que haviam sido impressos em Barretos. Segundo seu relato, os agressores, que estavam em dois carros, a cercaram na rodovia, levaram-na a um canavial e a agrediram fisicamente e com ameaças. Depois a deixaram no canavial e roubaram todos os exemplares do jornal. A profissão, que fez boletim de ocorrência na polícia, considerou que a agressão foi motivada por denúncias políticas publicadas desde que assumiu a direção do jornal, no início de 2012.

PM ameaça exercício do jornalismo no Amazonas
No dia 30 de agosto, duas equipes de reportagem de Manaus foram detidas pelo major PM Marlon Benfica por que não haviam pedido permissão para fotografar um veículo roubado que se encontrava no pátio de uma unidade policial. O vice tesoureiro do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, André Moreira, que estava trabalhando pelo jornal “Amazonas em Tempo”, também foi detido. O impasse só foi solucionado com a chegada do secretário estadual de Segurança Pública, coronel PM Paulo Roberto Vital. O Sindicato dos Jornalistas cobrou providências das autoridades. Wilson Reis, presidente da entidade, registra que problema semelhante ocorreu no dia 28 de fevereiro, na cobertura jornalística da queda de uma aeronave, com a prisão do repórter Carlos Eduardo Matos, do site G1, da Rede Amazônica de Televisão.

Sindicato do Piauí critica censura da PF
Em nota publicada no dia 3 de setembro em sua página no Facebook, o Sindicato dos Jornalistas no Piauí (Sindjor-PI) condenou a atitude da Polícia Federal , que reuniu um grupo de jornalistas para orientá-los sobre como deveriam se pronunciar na entrevista coletiva que seria concedida pelos agentes federais, após o dia 7 de setembro, sobre a morte da estudante Fernanda Lages. “Essa atitude da Polícia Federal é um grave desrespeito, uma nítida demonstração de censura, tentativa de intimidação e inequívoca forma de repressão ao trabalho dos Jornalistas”, criticou a entidade.