A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) completa 60 anos neste 20 de setembro, celebrando sua história de luta, perseverança e ousadia juntamente com os Sindicatos, os jornalistas e todos os parceiros e parceiras que vêm ajudando a construí-la. Entidade sindical comprometida com os interesses da categoria e, acima de tudo, com os interesses da classe trabalhadora e do povo brasileiro, a FENAJ não foge à sua responsabilidade pública – delegada pelos jornalistas brasileiros – de defender a qualidade do jornalismo e a dignidade dos jornalistas, de lutar pela liberdade de expressão e de imprensa, pela consolidação da democracia e por uma sociedade justa e igualitária.
Assim tem sido a história do movimento sindical dos jornalistas brasileiros desde a fundação de sua entidade-maior em 20 de setembro de 1946, tanto nas lutas específicas da categoria quanto nas batalhas em conjunto com a sociedade brasileira. Pelo empenho e trabalho de cada profissional, de cada Sindicato de Jornalista e de cada um dos seus diretores ao longo dos seus 60 anos, a FENAJ vem acumulando muitas conquistas para a categoria em todo o país. Conquistas que têm resultado em melhores condições de vida e trabalho, valorização da profissão e do próprio jornalismo.
A FENAJ igualmente inscreveu como uma de suas marcas no sindicalismo brasileiro o fato de ter sido a primeira federação de trabalhadores a realizar eleições diretas. E sempre se evidenciou, ainda, pelo engajamento com as principais causas da sociedade civil brasileira, da luta contra a ditadura e do movimento pela anistia ao impeachment de Collor, mostrando sua vocação e seu destemor diante das grandes batalhas. Sem jamais perder a coragem, a FENAJ também foi a primeira entidade brasileira a assumir a luta pela democratização da comunicação, contra o monopólio dos grandes grupos empresariais e em favor da criação de políticas públicas para o setor.
Recentemente, esse espírito de luta e firmeza para o combate, fez com que a FENAJ se tornasse uma das entidades protagonistas do movimento da sociedade civil para que a implantação da TV e do Rádio digital no Brasil obedecesse aos interesses nacionais de democratização dos meios de comunicação e de desenvolvimento industrial, tecnológico e científico. Sem a desejada e necessária vitória, a Federação continua empenhada em denunciar a contemplação de interesses privados em detrimentos do interesse público e formular propostas para a digitalização das comunicações.
Do mesmo modo, a FENAJ não se deixou abater pelos ataques às suas recentes ações para o aperfeiçoamento da regulamentação da profissão dos jornalistas. Ciente de que deve celebrar as vitórias e aprender com as derrotas, a Federação continua na defesa intransigente dos interesses dos jornalistas e da sociedade. Por isso, aponta para a necessidade da criação dos Conselho Federal dos Jornalistas (CFJ) e da atualização da regulamentação profissional, sempre buscando o respaldo da categoria.
Entidade que congrega os 31 Sindicatos de Jornalistas do país, a FENAJ tem consciência do papel que cabe aos jornalistas como profissionais que produzem e difundem informação, contribuindo para a formação cultural e política dos cidadãos e cidadãs brasileiros. Por isso, preocupa-se com a formação teórica, técnica e ética dos profissionais, atuando em parceria com entidades do campo acadêmico no desenvolvimento de iniciativas para a melhoria da qualidade do ensino de jornalismo. Defender a formação dos jornalistas é defender a busca de autonomia intelectual para uma categoria que contribui decisivamente na formação da consciência coletiva.
No campo estritamente sindical, a FENAJ tem pautado sua atuação pela busca da humanização das relações sociais. Como integrantes da classe trabalhadora, os jornalistas sofrem as conseqüências da política que privilegia os lucros em detrimento do ser humano. A FENAJ luta, em conjunto com os Sindicatos, contra os baixos salários, as jornadas de trabalho exaustivas, a falta de condições de trabalho, o assédio moral e muitas irregularidades trabalhistas cometidas pelos patrões. A luta, nesse campo, é permanente porque são imutáveis os interesses do capital.
Mas a FENAJ sabe também do papel que lhe cabe como entidade máxima de representação dos jornalistas brasileiros. Esse papel não é pequeno: a Federação foi e vai continuar sendo protoganista em muitas batalhas e, sem perder de vista suas reais possibilidades, vai continuar assumindo sua condição – irrenunciável – de sujeito da história.
Por isso, neste 20 de setembro, a FENAJ saúda todos os jornalistas brasileiros. Porque são os jornalistas que têm forjado esse grandioso papel histórico para sua federação!
Brasília, 20 de setembro de 2006.