FENAJ defende aprovação de novas diretrizes curriculares dos cursos de Jornalismo

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A Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação promoveu, no dia 8 de outubro, audiência pública para debater as novas diretrizes curriculares dos cursos de Jornalismo. Participaram do evento representantes da FENAJ, de instituições de ensino, dos professores e pesquisadores em Jornalismo e dos estudantes da área. A FENAJ defendeu a proposta formulada pela Comissão de Especialistas para redefinir as diretrizes por considerar que ela incorporou as contribuições das entidades do campo do Jornalismo.

Entregue ao Ministério da Educação (MEC) em setembro de 2009, a proposta para atualizar as diretrizes curriculares dos cursos de Jornalismo foi elaborada por uma Comissão de Especialistas constituída pelo Ministério. No processo de elaboração das propostas houve uma consulta pública pela internet e três audiências públicas para tratar do tema com entidades da área e setores da sociedade.

Na audiência da semana passada, o presidente da FENAJ, Celso Schröder, defendeu a autonomia do curso de Jornalismo dentro da área da Comunicação Social, bem como propostas consagradas pelos jornalistas brasileiros, como a obrigatoriedade do estágio supervisionado e a inclusão da disciplina de assessoria de imprensa na grade curricular. “São propostas que já foram aprovadas em diversas instâncias nacionais dos jornalistas e que foram devidamente incorporadas no relatório da Comissão”, explicou Schröder. “Queremos valorizar o campo específico do Jornalismo, qualificar a formação acadêmica e fortalecer o sentido da função social do jornalista não na perspectiva do mercado, mas sim da qualificação da informação a ser prestada para a sociedade”, defendeu.

Posição semelhante foi defendida na audiência pelo diretor do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ, Edson Spenthof, e pelo presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), Carlos Franciscato. Para eles, embora prossiga dentro da grande área da Comunicação Social, é preciso reconhecer as especificidades dos cursos de Jornalismo e assegurar uma formação acadêmica mais adequada aos futuros profissionais.

Posição destoante foi apresentada pelo representante da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), Pedro Alves. Para ele, faltou debate político sobre a elaboração das novas diretrizes curriculares de Jornalismo. O estudante considerou que a proposta de autonomia dos cursos de Jornalismo colabora com a fragmentação do ensino e com a extinção da Comunicação Social. E defendeu a suspensão do processo que está em andamento para que se refaça o debate.

“Assim como o FNPJ e a SBPJor, nós da FENAJ reconhecemos a legitimidade do processo, que inclusive contou com a participação da Enecos, como também reconhecemos a excelência e representatividade da Comissão de Especialistas”, argumenta o presidente da FENAJ. “O processo foi democrático e as propostas da Comissão, embora não tenham incorporado todas as contribuições da FENAJ, representam a média do posicionamento de diversos segmentos”, defende Celso Schröder, informando que a FENAJ encaminhará documento ao CNE propondo a imediata aprovação do relatório da Comissão de Especialistas.