Uma comitiva do Departamento de Imprensa do Vietnã esteve reunida nesta quinta-feira (25/11) com dirigentes da FENAJ em Brasília. O objetivo foi trocar informações sobre o funcionamento da imprensa e as relações de trabalho dos jornalistas nos dois países.
O presidente da FENAJ, Celso Schröder, apresentou as principais bandeiras dos jornalistas brasileiros e destacou o esforço incansável da Federação e Sindicatos na luta pelos direitos dos jornalistas e regulamentação da profissão. Como exemplo citou a grande mobilização pela aprovação da PEC dos Jornalistas no Senado e na Câmara dos Deputados. Também falou sobre outras bandeiras da categoria, como o Conselho Federal de Jornalistas, a implantação de um marco regulatório no setor de comunicação e a criação de um piso nacional para os jornalistas.
O diretor geral do Departamento de Imprensa do Ministério da Informação e Comunicações do Vietnã, Nguyen Thai Thien, explicou que naquele país asiático 17 mil profissionais estão filiados à Associação dos Jornalistas. Lá, uma complexa legislação regula a profissão. A Embaixada brasileira será a ponte de ligação do Departamento de Imprensa vietnamita. No Vietnã existem cerca de 750 jornais, 67 emissoras de rádio e televisão e 50 jornais eletrônicos.
Argentina
Também foram recebidas duas representantes da Unión de Trabajadores de Prensa de Buenos Aires (UTPBA). A secretária de Assuntos Profissionais, Beatriz Chisleanschi e Letícia Amato, da área de Comunicação, vieram conhecer um pouco sobre a situação atual dos jornalistas brasileiros. Segundo Beatriz, este trabalho está sendo feito em vários países da América e Europa e visa obter um quadro mais amplo da atuação dos profissionais nesses países.
Celso Schröder falou sobre a disputa travada com os donos dos veículos de comunicação, que são contra qualquer tipo de regulação da mídia usando o argumento de que seria censura. “Eles se apropriaram indevidamente do significado de liberdade de expressão, usando os seus veículos para confundir a população em relação a este tema”, lembrou. Para Schröder, muito do que é feito hoje pelos grandes veículos não passa de espetacularização da informação com o único objetivo de vender. “Misturar Jornalismo com publicidade e espetáculo é um tiro no pé. Ao Jornalismo cabe o local de obter credibilidade junto ao público”, afirmou.
Com relação ao governo, Schröder disse que nada justifica a atual inércia em relação à Comunicação no país. Ele lembrou de todo o esforço feito em 2009 para a realização da Conferência de Comunicação, que resultou em mais de 600 propostas para o setor. O presidente da FENAJ relatou às representantes argentinas que, no Brasil, a mídia já se declarou publicamente como oposição ao governo Dilma. “No Brasil, a ação conservadora não é feita pelos partidos políticos, mas pela Globo e Folha de São Paulo, por exemplo”.
Também participaram das reuniões com as duas comitivas internacionais os diretores Suzana Blass, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro e segunda vice-presidente da FENAJ, o diretor do Departamento de Relações Internacionais da Federação Claylson Martins e o diretor do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, Antônio Barcellos.